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Cooperativa gaúcha atua há 10 anos na reciclagem de resíduos eletrônicos

Com sede em Canoas, a Coopertec faz a coleta de equipamentos como micro-ondas, TVs e geladeiras antigas, dando oportunidade de trabalho a 11 pessoas

10/05/2023 - 05h00min


Kênia Fialho
Kênia Fialho

Há uma década a Coopertec, cooperativa de Canoas que atua em toda a Região Metropolitana e em algumas cidades do interior do Estado, recolhe, desmonta e faz a destinação correta dos resíduos eletrônicos. Em 2013, Rogério Demétrio Vieira, gestor de roteiro, 55 anos, e José Crispim Soares, 55, servidor público aposentado, moradores de Canoas, resolveram desenvolver um espaço que pudesse gerar fonte de renda e também contribuir com o meio ambiente

Atualmente, além de fazer a coleta em casas e em empresas gratuitamente, a Coopertec também fornece uma certificação para empresas que comprova o descarte correto de materiais eletrônicos.

— Desde 2005 nós estudávamos as consequências do descarte incorreto desses materiais. Vimos a falta que faz um trabalho de coleta e destinação correta dos resíduos eletrônicos — explica José, que hoje é presidente da cooperativa.

Mensalmente, são recolhidas entre 18 e 20 toneladas de materiais. Onze pessoas realizam a coleta, separação e destinação desses resíduos. 

Dentre os aparelhos mais coletados estão micro-ondas, geladeiras, televisões antigas, celulares e notebooks. 

Em março de 2022, a prefeitura de Canoas assinou uma parceria com a Coopertec.

— Essa parceria tem sido ótima porque percebemos uma constância na quantidade de materiais recolhidos — conta Crispim. 

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Descarte correto

O resíduo eletrônico contém produtos tóxicos e que podem poluir o meio ambiente. Às vezes, a falta de informação pode fazer com que esse problema seja ainda mais grave. 

— As pessoas ficam preocupadas apenas com o descarte incorreto de outros materiais recicláveis. Mas o resíduo eletrônico tem poluentes químicos. Por isso, nosso trabalho para que seja feito o descarte correto — detalha Crispim.

De acordo com Rodrigo Marques de Figueiredo, professor e coordenador da graduação em Engenharia Eletrônica da Unisinos, o mercado eletroeletrônico brasileiro é um dos maiores do mundo e está em aceleração. Isso faz com que ele também seja um dos maiores produtores de lixo eletrônico. O Rio Grande do Sul, segundo o professor, segue a tendência nacional. Além da questão ambiental, a reciclagem desses materiais pode vir a ser também uma possibilidade de renda. 

— Pequenas empresas de reciclagem de lixo eletrônico poderiam faturar cerca de R$ 500 mil por ano. Este tipo de reciclagem está disponível em todo o país e muitas vezes é especializado em frações de materiais, que possuem alto valor agregado — explica o professor.

Saiba como agendar a coleta da Coopertec

A Coopertec trabalha com agendamento de coletas de resíduos eletrônicos em residências e também em empresas. As retiradas, gratuitas, são feitas em Porto Alegre, em toda a Região Metropolitana (como em Estância Velha, São Leopoldo, Cachoeirinha, Gravataí) e em duas cidades da serra gaúcha: em Caxias do Sul e em Farroupilha. Para mais informações entre em contato pelos telefones (51) 98416-9301 e (51) 99921-1799.

Pontos para descarte na Capital

Em Porto Alegre, existem sete pontos em que os resíduos eletrônicos podem ser descartados. Eles ficam nos bairros Centro, Azenha, Floresta, Glória, Humaitá, Cruzeiro e Santana. Para mais informações, clique aqui ou ligue para o 156. Além disso, grandes geradores (comércio e indústria) podem receber orientação para o descarte correto pelo telefone (51) 3289-6987.


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