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Bicharada

Protetores de Guaíba pedem doações para pagar dívida

Associação deve cerca de R$ 7 mil para clínica veterinária; maior gasto foi com castrações de felinos 

11/08/2023 - 15h02min


diario gaucho
Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Em junho, o projeto completou um ano de existência

O projeto SOS Gatos da Colônia, hoje formado por cinco voluntários e que completou um ano em junho, conseguiu resgatar quase todos os 180 felinos que viviam abandonados em um terreno baldio em Guaíba. Apenas nove seguem no local. Todos os outros foram resgatados, castrados e, em sua maioria, adotados. 

Ainda é necessário resgatar os nove que estão no terreno. Porém, o grupo não tem verbas para realizar esse trabalho. Isso porque, quando são resgatados, precisam passar pelo veterinário, para castração e checkup de saúde. Por isso, a associação tem uma dívida de cerca de R$ 7 mil em uma clínica veterinária e precisa de verbas para pagá-la antes de gerar mais gastos.

A cofundadora e presidente do projeto, Patrícia Wagner, 25 anos, divide sua rotina com a dedicação aos bichos. Ela explica que a intenção inicial não era criar uma associação, mas isso foi imprescindível diante da situação dos animais, que precisavam de um cuidado organizado.

A estudante comenta que uma das principais dificuldades para retirá-los do local era o quanto os gatos adultos estavam ariscos. Ela explica que essa característica dos bichinhos também afeta a busca por um adotante:

– Quem quer adotar, geralmente escolhe filhotes. O fato de os adultos não serem tão dóceis acaba prejudicando a adoção.

Atualmente, o projeto conta com dois espaços para manter os felinos. Uma voluntária ofereceu sua casa para abrigar seis gatinhos com Felv – doença chamada de leucemia felina, que ataca o sistema imunológico. Por ser contagiosa, eles não podem estar junto a animais sem a doença.

Em um outro espaço, alugado pelo projeto, ficam outros 14 gatos adultos. Além da dívida, há mais custos a serem contabilizados todo mês, como o pagamento de aluguel, ração e areia higiênica.

Os voluntários buscam formas de reunir o valor necessário para manter os gatinhos. A associação conta com uma rede de mais de 140 moradores, que presta apoio de forma esporádica. Também vende rifas e canecas personalizadas e realiza campanhas pelo Instagram @sosgatosdacolonia.

–Agente gasta R$ 150 só de areia e cerca de R$ 700 de ração, todos os meses. Mas o nosso custo maior é com castração e com a compra de medicamentos para tratá-los – afirma a presidente do projeto.

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História

O trabalho de resgate começou com Osvaldo da Silva Coelho, que há oito anos encontrou os animais abandonados no meio do mato, em frente a sua borracharia, e passou a cuidá-los. No entanto, em agosto do ano passado, o borracheiro descobriu um câncer de pele e, em função das fortes dores causadas pelo tratamento, não pôde continuar amparando os felinos. 

Assim, um grupo de voluntários, que já o ajudava com a doação de ração, resolveu se reunir para retirar os animais do local, castrá-los e buscar um novo lar onde pudessem viver. Assim nasceu a associação SOS Gatos da Colônia.

Osvaldo orgulha-se e admira o trabalho que vem sendo feito. Em janeiro, ele passou por uma cirurgia e está se recuperando. Tenta ir pelo menos uma vez por semana levar um “guisadinho de carne” para os gatinhos e aplaude o trabalho feito pelo SOS Gatos da Colônia:

–O pessoal da associação é muito caprichoso, trata muito bem os bichinhos.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Antes do resgate, haviam quase 200 gatos no terreno baldio

Como apoiar

/// Contribuições podem ser feitas pela chave Pix sosgatosdacolonia@ gmail.com.

/// A associação pede ajuda de quem puder adotar gatos adultos. Mais informações: (51) 99565-4326.

/// Doações de ração e areia higiênica podem ser feitas na Avenida Comendador Ismael Chaves Barcellos, 85, centro de Guaíba.

Produção: Nikelly de Souza



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