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Em Canoas, moradores do bairro Fátima seguem sofrendo com cheias

Após as fortes chuvas do início do semana passada, Rua Bartolomeu de Gusmão foi tomada pela água mais uma vez

11/09/2023 - 05h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Marlene Tamagno / Arquivo pessoal
Marlene mostra situação em uma parte da via

Com as fortes chuvas do início da semana passada, o transbordamento de esgotos na Rua Bartolomeu de Gusmão, após o cruzamento com a Avenida Engenheiro Irineu Carvalho Braga, no bairro Fátima, em Canoas, voltou a causar transtornos aos moradores da região. Em março deste ano, a prefeitura da cidade afirmou à reportagem do Diário Gaúcho que a resolução do problema, agravado há, pelo menos, quatro anos, dependia de um prolongamento da via para desviar a rede pluvial. Sinalizou ainda que, enquanto isso não fosse feito, trabalhava em limpezas periódicas dos esgotos. 

– A subprefeitura vem aqui, limpa duas ou três bocas de lobo e vai embora. Não adianta nada, logo em seguida, entope e volta a encher. As pessoas ficam ilhadas, o mercado não pode abrir e nem carro entra aqui – conta a dona de casa e líder comunitária Marlene de Souza Tamagno, 62 anos. 

Vizinhos ilhados 

O mercado a que ela se refere é o de Alessandre Dória Quadros, 45 anos. Segundo ele, a situação na semana passada foi tão grave que ele precisou fazer uma barricada para impedir que a água invadisse o estabelecimento. 

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– Estamos à mercê, ninguém vem aqui para resolver de fato. E, desta vez, foi pior ainda. Ficamos (no dia do alagamento) eu, minha mulher e meus filhos. Apareceu um ou outro cliente que teve coragem de vir até aqui – lamenta o comerciante. 

E, de fato, a água deixa moradores da vizinhança presos dentro de casa. Foi o caso do vigilante Deoclecio dos Santos Filho, 57 anos. Sempre que chove e a via enche de água, ele e a irmã ficam com o pátio da residência coberto por esgoto e não conseguem sair. 

– Sou muito prejudicado, mas não somos só nós. Nem as crianças saem para a escola. E poderia ser pior! Tive que fazer um buraco nos fundos da casa para escoar a água, senão subiria mais – diz Deoclecio. 

Prejuízos 

Segundo Marlene, há residências em que a água sobe além do jardim e invade o interior. Ela afirma que o local tem construções muito antigas, e o asfaltamento, feito anos depois, deixou a rua com um nível mais alto, o que agrava a situação. 

– São pessoas sem muitas condições. E isso acontece e traz prejuízos para quem já tem pouco. Precisamos de mais do que limpar as bocas de lobo – ela pontua. 

Relembre o caso

No início deste ano, o DG mostrou a situação dos moradores em duas ocasiões. Eles já sofriam com as cheias dos esgotos em episódios de chuva. Na primeira reportagem, em 9 de fevereiro, a prefeitura de Canoas informou que as equipes trabalhariam na solução ainda naquela semana. Quase dois meses depois, em 29 de março, uma forte chuva voltou a alagar a Rua Bartolomeu de Gusmão. Desta vez, o município informou sobre as limpezas periódicas na rede de esgotos, mas disse que não tinha previsão para uma solução definitiva. 

Prefeitura aponta dificuldades

Em resposta à reportagem, o secretário de Obras de Canoas, Guilherme Molin, afirmou que a solução do problema que atinge a Rua Bartolomeu de Gusmão passa por ações em um terreno privado. Assim, o assunto está sendo tratado pelas pastas competentes e também junto ao proprietário do lote em questão.

Uma alternativa, caso a primeira, que está em tratativas, não avance, é o prolongamento da rede em uma via paralela. Porém, frisa o secretário, isso requer “um tempo de execução de obras, de levantamento de topografia e planejamento”. 

Diante disso, a prefeitura sinaliza que ainda não há previsão para uma resolução permanente.

Produção: Guilherme Jacques



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