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Estudante de Viamão enfrenta dificuldades para obter passe livre

Aluna do IFRS solicitou o documento no ano passado e até agora não conseguiu retirar o cartão do benefício

28/02/2024 - 16h30min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Tadeu Vilani / Agencia RBS
Para ir estudar, Bianca gasta duas passagens de R$ 6,85 por dia.

Hoje voltam as aulas no campus Porto Alegre do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e a entrevistadora do Ibope e estudante Bianca dos Anjos Alfonso, 40 anos, moradora de Viamão, ainda não tem em mãos o seu cartão de passe livre estudantil. A aluna do curso técnico em Biotecnologia fez todo o processo de solicitação do documento no ano passado, em novembro, mas, quando foi buscá-lo, na sede da Metroplan – órgão responsável pela confecção –, o cartão não foi localizado. 

– Eu tentei entrar em contato com a Metroplan pelo telefone, seguindo a orientação no site da Aergs, e não me atenderam. Aí eu fui na sede, fiquei um tempão na recepção, e me disseram que o meu cartão não estava com eles, mas eu vi uma pilha de cartões. Me mandaram ir na (empresa de transporte coletivo) Viamão, mas também não é lá – relata. 

O passe livre estudantil é uma iniciativa do governo do Estado que dá isenção nas passagens de transporte público para estudantes que moram em uma cidade e estudam em outra, contanto que se encaixem nos critérios de renda. A Associação dos Estudantes do Rio Grande do Sul (Aergs) é uma das entidades estudantis intermediárias na solicitação do documento que, depois, é confeccionado pela Metroplan. 

Documentação 

Depois da primeira tentativa fracassada de obter o passe livre, Bianca continuou tentando assegurar o seu direito. Ela reenviou a documentação para a Aergs em janeiro mas, sem receber retorno, foi presencialmente até a associação, no centro da Capital, em 9 de fevereiro, levando o que era pedido. Porém, a visita não foi satisfatória: 

– Me disseram que tinha que levar a ficha de inscrição registrada em cartório, mas no site diz que pode ser ou registrada, ou assinada digitalmente. Eu levei a impressão que estava assinada de forma digital, mas não quiseram aceitar. Tentei, então, fazer como se fosse a renovação anual, mas não permitiram porque eu não tinha o cartão do ano passado. 

Na semana seguinte, enviou tudo mais uma vez, por e-mail. A resposta recebida foi de que, então, faltava a carteira de identificação estudantil de 2024, o Documento Nacional do Estudante, confeccionado pela Aergs. A carteirinha dá direito a 50% de desconto em diversos eventos. Porém, Bianca não tem interesse no benefício, e a produção da carteira custa um valor que ela considera alto. Por isso, ainda não mandou fazê-la. 

– Se eu estou comprovando com atestado de matrícula e de frequência, dia e horário das aulas, por qual motivo sou obrigada a adquirir uma carteira que eu não vou usar para nada? Não quero descontos em shows. A Aergs diz que ter a carteirinha é para garantir esses direitos e comprovar que sou estudante, mas, sinceramente, para mim não faz sentido – questiona e reclama.

“Tenho que fazer valer” 

Além das dificuldades na solicitação do passe livre, Bianca critica o atendimento na Aergs. Ela tem uma deficiência na mão esquerda, que dá direito à fila preferencial, coisa que, segundo ela, não há na associação. 

O semestre que inicia hoje éosegundo de Bianca no curso. Para ir ao IFRS Porto Alegre, ela gasta duas passagens de R$ 6,85 por dia, cinco dias por semana. Economizar essa quantia é importante para a estudante, que vive com a sua renda e a aposentadoria do pai, com quem mora, além da filha e três netas. 

– Se eu tenho o direito, tenho que fazer ele valer – desabafa.

Cartão não teria sido retirado 

A Aergs diz que o benefício de Bianca foi deferido em 23 de novembro do ano passado. A entidade também confirma que a confecção do passe livre está condicionada a da carteira estudantil. 

Já a Metroplan afirma que o cartão de Bianca ficou disponível na sede do órgão em 24 de novembro, mas não foi retirado. Sinaliza que, desde a segunda-feira (26), a entrega passou a acontecer na Loja Unificada TrieTeu, no centro da Capital. Aponta ainda que o cartão foi feito no ano passado e Bianca não enviou a documentação completa de 2024. Por isso, ela não pode usufruir do benefício atualmente.

Produção: Caroline Fraga



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