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Fenômeno

Joelma, sobre a carreira solo e as polêmicas com o ex, Ximbinha: "Não tenho tempo de recordar os problemas"

Diário Gaúcho acompanhou a gravação do primeiro DVD solo da cantora paraense, após a conturbada saída do grupo, e conversou com exclusividade com a estrela, um dos nomes fortes na música do Norte e Nordeste do país. 

03/12/2016 - 12h02min

Atualizada em: 03/12/2016 - 12h03min


José Augusto Barros
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Tal como a fênix, pássaro da mitologia grega que renascia das próprias cinzas, Joelma mostra toda a sua força, se reinventa e dá a volta por cima adepois de ter a intimidade exposta e escancarando publicamente o sofrimento por conta das traições do ex-marido e ex-companheiro de Calypso, Ximbinha (que, antes, era Chimbinha, mas mudou a grafia após a separação).

Ao gravar o primeiro DVD da carreira solo, apostando no romantismo e passando uma mensagem de força para as mulheres, a paraense de 42 anos ganhou a parceria de Ivete Sangalo, mobilizou os fãs e, agora, prova que os problemas do passado ficaram para trás. Em entrevista exclusiva para Retratos da Fama, Joelma mostra por que se tornou um fenômeno que nasceu no Norte do país e tomou quase todas as regiões do Brasil com seu visual excêntrico, danças típicas e letras românticas.

Divisor de águas

Para entender o sucesso de Joelma, é necessário observar cuidadosamente suas letras e a reação do público a cada faixa em que a cantora, nascida em Almeirim, no Pará, solta a voz. A loira, considerada ícone da chamada música brega, é bem mais do que esse rótulo simplista.

Na gravação de seu primeiro DVD da carreira solo (os ingressos se esgotaram dois meses antes), em mais de três horas de show, na casa de espetáculos Coração Sertanejo, em São Paulo, foi possível notar que o público "comprou" seu discurso de mulher forte, que sofreu nas mãos do ex-marido Ximbinha, mas que se levantou e seguiu em frente.

– Será um divisor de águas. Estou com um frio na barriga de ansiedade – anunciou a cantora antes do show.

A rainha voltou

Logo na primeira música, uma releitura ousada do clássico Força Estranha, de Caetano Veloso, o público veio a baixo aos gritos de "a rainha voltou" e "Joelma é a melhor cantora do Brasil". A cantora apontou para o céu e desabafou:

– Obrigado por ter transformado tanta tristeza em alegria!

Joelma demonstrou uma energia inesgotável, e o público dançava e cantava todas as faixas, imitando a rainha até nas coreografias - todas criadas pela própria Joelma.

De diva para diva

Joelma, com Ivete: "Você é da minhas"

A faixa Amor Novo, que gravou com Ivete Sangalo, em uma participação especial de luxo, teve que ser repetida algumas vezes, mesmo que a dupla tivesse ensaiado a canção antes. Nada que fizesse com que os fãs a cantassem com menos empolgação. Ao final, Ivete não poupou elogios para a amiga:

– Você é das minhas. Uma mulher arretada!

Solidariedade na sofrência

Com os filhos, no palco

No repertório do álbum, batizado de Avante, que deve ser lançado em janeiro de 2017, muitas canções falam de superação e recomeço. Teve até espaço para música gospel. Nesse momento, Joelma chamou ao palco os filhos, Natalia 26 anos, fruto de um relacionamento de Joelma na adolescência, Yasmin, 19, e Yago, 11, ambos filhos do casamento com Ximbinha.

Joelma e Solange: "somos dessas"

A segunda convidada, Solange Almeida, 42 anos, vocalista do grupo Aviões do Forró, prestou solidariedade a amiga ao final da faixa Mulher Não Chora:

– Vim prestigiar essa mulher batalhadora. Porque nós somos dessas, e quem quiser amar a gente, que sofra – afirmou Solange.

Sem perdão

Já Ximbinha, ex-marido e companheiro profissional dos tempos da banda Calypso, o povo não perdoa. Inflamado pela cantora, entoou hits Não Teve Amor (que diz: "tem coisas na vida que a gente não perde, a gente se livra"), A Página Virou e Pra Frente É Que se Anda. Nas duas músicas, um coro gigantesco de vozes foi solidário aos perrengues que Joelma enfrentou.

"Passado é passado"

No dia da gravação do DVD solo, Joelma não atendeu a imprensa. Por e-mail, porém, ela conversou com exclusividade com Retratos da Fama. Confira!

Diário - Como você se sentiu com a recepção eufórica dos fãs na gravação do seu primeiro DVD na carreira solo?
Joelma -
Me senti muito emocionada. Eu sei que meus fãs não são brincadeira. É assim sempre, em tevê, show, encontros em aeroporto. Mas, neste caso, foi um dia marcante, meu primeiro DVD solo, me senti segura e amparada!

Diário - Como surgiu a ideia de convidar Ivete Sangalo e Sol Almeida para a gravação?
Joelma -
Elas são minhas amigas da vida, eu mesma chamei as duas. Fiquei com receio de que elas não pudessem por conta das agendas, mas as duas toparam de pronto, e eu fiquei muito feliz.

Diário - Ser recepcionada por um público daquele tamanho, em um projeto tão grandioso, é um alento, depois dos problemas que tu passou ao sair do Calypso?Joelma - Problemas? De verdade, depois de tudo de maravilhoso que tem acontecido em minha vida, nem tenho tempo nem de recordar os problemas, passado é passado! Tenho muita fé e sei que minha carreira vai andar conforme Deus permitir e eu merecer.

Primeiro, o sucesso...

O casal, ainda nos tempos de paz e amor

A história de Joelma e Ximbinha começou em 1999, quando ela queria produzir o seu primeiro CD e conheceu o músico, um dos mais renomados guitarristas de Belém, capital do Pará, por meio de um amigo em comum. Ali, nascia, além de um romance que duraria anos, a Banda Calypso, fenômeno da música feita no Norte e no Nordeste, que acabou atingindo as regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Ao longo da trajetória, consagraram-se como ícones da música brega. Na verdade, trata-se de uma mistura de ritmos fortes da região como merengue, salsa, cúmbia (que nasceu na Colômbia) e carimbó (dança de roda indígena, típica do Litoral do Pará).

Toda essa salada musical resultou em faixas dançantes e românticas, apelando para a sofrência, muitas vezes. Juntos, lançaram 21 CDs, sete DVDs – um deles, gravado em cinco capitais do país, em 2006 –, venderam mais de 15 milhões de discos, fizeram turnê nos Estados Unidos, foram indicados ao Grammy três vezes e emplacaram hits como Temporal, Dançando Calypso e A Lua me Traiu


Fenômeno de vendas

Toda essa salada musical resultou em faixas dançantes e românticas, apelando, muitas vezes, para a sofrência. Juntos, lançaram 21 CDs, 7 DVDs - um deles gravado em cinco capitais do país, em 2006 -, venderam mais de 15 milhões de discos, fizeram, turnê nos Estados Unidos, foram indicados ao Grammy em três vezes e emplacaram hits como Temporal, Dançando Calypso e A Lua Me Traiu.

Após ser xingado em show, Chimbinha se afasta do Calypso

... depois, o barraco

Porém, todo o sucesso do casal e a da banda foi interrompido em agosto de 2015, quando o então casal divulgou uma nota informando os fãs da separação e dizendo que "o respeito, gratidão, amizade, admiração e parceria permaneceriam recíprocos". Porém, a confusão estava apenas começando. Inicialmente, eles seguiram juntos no grupo, pois eram sócios em uma empresa de aluguel de palco, som e luz para shows e em outra de vestuário, além da parceria comercial no Calypso.

Traição exposta

Mas a paz nos palcos não durou muito. Em um show, alguns dias depois, Joelma sugeriu que foi traída por Ximbinha e apontou o dedo para o ex-marido ao cantar parte do refrão da música A Lua me Traiu. Em entrevista ao Fantástico, ela relatou que foram várias traições.

Ao mesmo programa, da TV Globo, o músico admitiu a pulada de cerca:

– Sim, realmente aconteceu, eu fiz. Peço perdão a ela, ao meu público, aos meus fãs.

Em 11 de setembro daquele ano, a Justiça do Pará proibiu Ximbinha de ficar a menos de cem metros de Joelma, com base na Lei Maria da Penha, depois de ela ter afirmado que, além de ter sido traída pelo guitarrista, foi vítima de agressão diversas vezes. Porém, o advogado do músico conseguiu derrubar a liminar uma semana depois, o que viabilizou a volta do guitarrista ao grupo.

Cada um no seu quadrado

Joelma, no dia da assinatura da separação, em 2015

Em 4 de outubro de 2015, ele retornou aos palcos, mas teve de deixar a apresentação após 20 minutos, depois que Joelma demonstrou o desconforto com a presença do ex. Insatisfeito, o público vaiou e jogou objetos no guitarrista.

Horas depois do episódio, Ximbinha divulgou um comunicado em que dizia não querer ter mais atritos profissionais com a ex-mulher. Para justificar sua postura, Joelma disse que teve "medo e receio" de dividir o palco com o ex-marido.


Rumos diferentes

Em novembro, o casal assinou os documentos da separação. Joelma optou definitivamente pela carreira solo, e Chimbinha, que virou Ximbinha, lançou a banda XCalypso. Para o lugar de Joelma, ele chamou a bela Thábata Mendes. Porém, cerca de um mês depois, ela deixou o grupo, acusando o cantor de agressão.

Pelo jeito, o público realmente abraçou a causa de Joelma. Em um show em maio deste ano, segundo o colunista Leo Dias, Ximbinha distribuiu ingressos grátis para show da XCalypso, em Manaus, e o local estava praticamente vazio.

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