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Dívidas podem afetar a saúde: faça o teste para avaliar se você está sofrendo com isso e saiba como sair dos buracos financeiro e emocional

Pesquisa revela que inadimplentes estão deprimidos por não conseguirem pagar as contas. 

05/11/2016 - 10h02min

Atualizada em: 05/11/2016 - 10h04min


Leandro Rodrigues
Leandro Rodrigues
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Paulo Roberto perde o sono com as dívidas.

Nos últimos meses, o rodoviário aposentado Paulo Roberto Martins Portugues, 61 anos, tem acordado no meio da noite. Enquanto dormem a filha, Paola, oito anos, e a esposa, Maria Noemia, 52 anos, ele perambula pela casa de alvenaria que construiu no Bairro Formosa, em Alvorada.

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– E não consigo dormir mais. Caminho pela casa me perguntando o que eu vou fazer, sento na sala e fico no escuro. Elas (a filha e a esposa) é que me dão força – desabafa Paulo Roberto, que recebe aposentadoria de R$ 3 mil.

Neste mês, sobraram R$ 1,7 mil para remédios, contas da casa e comida. Quase metade do benefício foi consumida por dois empréstimos consignados que têm muito a ver com o tratamento de Maria Noemia, que sofre de hérnia de disco.

A angústia dele é comum a muitas pessoas. Levantamento nacional do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas realizado com consumidores com contas em atraso há mais de 90 dias aponta que dois em cada três inadimplentes, 65,6% dos entrevistados, se sentem deprimidos, tristes e desanimados por estarem devendo. Faça o teste abaixo e confira se você pode estar nesse grupo.

Encarar é a saída

Para a psicóloga e consultora de educação financeira Vera Rita de Mello Ferreira, a grande dificuldade de quem já afundou nas dívidas e não consegue pagá-las é assumir a situação.

– Existe uma grande dificuldade para o endividado encarar a própria situação, ele foge disso. E quanto mais tempo demora para se dar conta, mais as dívidas aumentam – adverte.

Mas como ninguém se livra dos carnês da noite para o dia, é preciso, enquanto se ajustam as contas, segurar a onda nos picos de tristeza.

– No momento mais pesado, é preciso, por exemplo, conversar com alguém, um amigo ou um familiar. Fazer uma caminhada, uma atividade física, também ajuda nessas horas – afirma ela.

Dívidas e crises de choro

Aos 20 anos, Aiadny Fraga já sabe que o endividamento além da capacidade de pagar cobra um preço alto da saúde emocional. Sem um controle firme das contas, mergulhou na areia movediça do limite da conta bancária. A partir daí, a bola de neve só cresceu, pressionada ainda mais pelas despesas para criar os filhos Maittê, um ano, e Caique, quatro.

– Eu fico pensando “e se eu não tivesse gastado nisso ou naquilo”. É um arrependimento que vem e me empurra para baixo. Tenho crises de choro, não consigo dormir. O apoio da família é fundamental nessas horas – conta Aiadny, moradora do Bairro Partenon, na Capital.

Decidida a quitar o que deve e limpar o nome, promete se organizar para não entrar mais no ciclo de inadimplência e depressão.

– Quero me livrar da dívida no banco e voltar a respirar – torce Aiadny, que faz doces em casa para ajudar nas despesas ao lado do marido, que trabalha em uma lancheria no Centro.



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