Contra o HPV
Postos de saúde já vacinam meninos contra o HPV, veja por que é importante e quem deve se imunizar
Não é preciso correr para os postos. A vacinação será permanente, e os órgãos de Saúde garantem doses para todo o público alvo
Os postos de saúde do Rio Grande do Sul já estão prontos para imunizar meninos de 12 e 13 anos contra o papilomavírus humano (HPV). O vírus é transmitido, principalmente, por meio de relações sexuais, sendo responsável por diversos tipos de câncer. O Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual da Saúde garantem que as doses já estão disponíveis.
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Até o ano passado, esta imunização era feita apenas em meninas. Gradualmente, até 2020, a imunização chegará aos garotos de 9 e 10 anos. Mas pais e responsáveis não precisam correr para os postos: não se trata de uma campanha com prazo de término definido, vai durar o ano todo e será permanente.
A imunização entrou para o calendário do Ministério da Saúde, com as vacinas sempre disponíveis nas unidades de saúde. Além disso, de acordo com o Núcleo de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, não haveria doses suficientes para todos ao mesmo tempo.
– Todas as unidades de saúde têm essa vacina. As famílias que forem, encontrarão a dose. Mas não haveria para todo o público ao mesmo tempo. Importante destacar que não há pressa, será permanente a vacinação – afirma Raquel Barcella, coordenadora do Núcleo de Imunização.
Ano Letivo
Segundo a coordenadora, o Ministério da Saúde havia se comprometido a divulgar o novo público em março, junto com o início do ano letivo nas escolas. O prazo daria tempo para mais doses chegaram aos estados. Mesmo assim, os estoques dão conta do recado e logo serão reforçados pelo Ministério, que garante ter enviado quantidade suficiente para todo o país.
Foi uma dessas doses que imunizou Bruno Maestri Abrianos Becker, 13 anos, levado nesta quarta-feira ao Centro de Saúde Modelo, no Bairro Santana, em Porto Alegre, pela mãe, Renata Maestri. Assim que soube que meninos poderiam ser vacinados, quis aproveitar.
– Tentei trazer ele ontem (terça), mas ficou me enrolando, aí viemos hoje – contou.
Bruno até achou a picada um pouco dolorida, mas disse que o pior é a ansiedade e o momento que antecede a vacina.
– Diziam que dava tontura e era bem dolorida, mas é um pouco só – disse o adolescente.
A mãe achou ótima a inclusão de meninos no grupo da vacina e não acha que influencia na vida sexual do garoto.
– Tem gente que comenta, mas acho que não tem influência. Até porque, outras vacinas já previnem doenças ligadas à sexualidade e não vejo problema algum.
A decisão de ampliar a vacinação seguiu recomendações das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia e Ginecologia. O objetivo é diminuir o risco de cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV.
CONTRA O HPV
A vacina
– Já é usada em mais de 100 países, com mais de 180 milhões de doses aplicadas desde 2006.
– É muito segura, desenvolvida por engenharia genética.
– Pode, raramente, ocasionar reações como dor, inchaço e vermelhidão no local da aplicação.
– Até o momento, não há conhecimento de nenhum efeito colateral grave relacionado à vacinação contra o HPV.
Novo público-alvo
– Neste ano, a imunização é também para meninos de 12 e 13 anos.
– Confira como será a oferta de vacinas para meninos por ano:
2018 – meninos de 11 e 12 anos
2019 – meninos de 10 e 11 anos
2020 – meninos de 9 e 10 anos
– Os meninos devem tomar duas doses, com seis meses de intervalo entre cada uma.
– Para os portadores do HIV entre 9 e 26 anos, o esquema vacinal é de três doses.
Onde ir
– Todos as unidades de saúde com salas de vacinação ativas têm doses da vacina no Estado.
– Ministério da Saúde e Secretaria Estadual da Saúde garantem a disponibilidade imediata da imunização.
Prazo
– Essa vacina será oferecida de forma permanente a partir de agora para os meninos.
– Não há prazo para a vacinação, os responsáveis não precisam correr para os postos.
– O Ministério da Saúde afirma que envia mensalmente as doses para manter os estoques sempre.
Por que meninos agora
– A decisão de ampliar para o sexo masculino segue recomendações das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia e Ginecologia.
– A intenção é proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV.
– A definição da faixa-etária é para proteger as crianças antes do início da vida sexual.
E quanto às meninas
– Meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as duas doses indicadas podem se imunizar.
– Até o ano passado, a faixa etária para o público feminino era de 9 a 13 anos.
O vírus
– O HPV é altamente contagioso, sendo possível contaminar-se com uma única exposição, e a sua transmissão acontece por contato direto com a pele ou mucosa infectada.
– A principal forma é pelo contato sexual, mas também pode ser transmitido de mãe para filho durante o parto.
Fonte: Ministério da Saúde