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Em Novo Hamburgo, greve dos professores chega ao 28° dia sem solução

Greve dos professores da cidade chega hoje ao 28º dia. Entre as reivindicações da categoria, está a saída do secretário de Educação.

27/05/2015 - 07h03min

Atualizada em: 27/05/2015 - 07h03min


Félix Zucco / Agencia RBS

Preocupada com o fato de a filha estar há quase um mês sem aulas, a dona de casa Rozenei Arguelho, 40 anos, da Vila Diehl, em Novo Hamburgo, comprou livros de alfabetização para Vanessa, oito anos, estudar em casa. Aluna do terceiro ano da Escola Municipal Eugênio Nelson Ritzel, a menina aprendia a ler quando as aulas foram paralisadas.

- É muito tempo sem ir à escola. Temo pela quantidade de dias perdidos - diz Rozenei.

A menina é um dos milhares de estudantes fora das salas de aula devido à paralisação dos professores municipais, que chega hoje aos 28 dias.

A continuidade da greve foi decidida, na terça-feira, depois que a Câmara de Vereadores aprovou o parcelamento em duas vezes do reajuste salarial de 8,41%. A categoria quer receber em parcela única.

Leia também: Municipários decidem manter greve em Porto Alegre

A mais longa

Segundo o Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo, 94% dos 1,6 mil professores estariam paralisados e 80 das 84 escolas, que atendem no total a 23 mil estudantes, estariam fechadas.

A entidade acusa o secretário municipal de Educação, Adelmar Alberto Carabajal, de transferir para escolas distantes os professores que fazem parte do movimento.

- Exigimos a saída do secretário por assédio moral contra a categoria - afirma a presidente do sindicato, Andreza Mara Formento.

Prefeito vai cortar ponto dos grevistas

A partir da decisão da assembleia, o prefeito da cidade, Luis Lauermann (PT), determinou que sejam cortados os pontos dos servidores municipais que continuarem em greve a partir desta quarta-feira. A comunicação interna foi enviada ontem com a justificativa de que, com o reajuste sendo aprovado na Câmara dos Vereadores, não há motivo para a paralisação continuar. Sobre as aulas perdidas, o prefeito garantiu que os dias serão recuperados.

Em nota oficial, a prefeitura diz que "a proposta garante um reajuste de 8,41% em duas parcelas: 5,75% retroativos a partir de abril e mais 2,66% de reajuste a partir de novembro deste ano. Um dos maiores reajustes do Estado e do país".
O secretário de Educação preferiu não se manifestar sobre as acusações do Sindicato dos Professores.

Professora relata precariedade

Professora de Artes há 23 anos na rede, 15 deles na Escola Municipal de Ensino Fundamental Eugênio Nelson Ritzel, na Vila Diehl, Andréa Pavani, 43 anos, garante que a paralisação vai além da questão salarial.

- As escolas estão com infraestruturas precárias e faltam professores. Na Eugênio, a prefeitura tirou 60 das 80 horas de laboratório de aprendizagem. O laboratório de informática só funciona em um dos três turnos por falta de docente. E isso ocorre em muitas outras escolas - revela.

Os apontamentos de Andréa são confirmados pelo sindicato da categoria.
Na sexta-feira, os docentes se reunirão novamente, em local e horário a serem definidos, para discutir os rumos da paralisação.

Também em São Leopoldo

Na vizinha São Leopoldo, desde terça-feira os professores municipais estão realizando operação tartaruga. Até quinta-feira, eles atenderão em horário reduzido como forma de pressionar a prefeitura a oferecer reajuste.

Segundo o sindicato da categoria na cidade, o Ceprol/Sindicato, cada turno das escolas de ensino fundamental atenderá até três horas de aulas. Nas instituições de educação infantil, as crianças permanecerão seis horas e 40 minutos.

Na quinta-feira, haverá mobilização na frente da Câmara de Vereadores. Na sexta-feira, os professores paralisarão totalmente por conta da Mobilização Nacional pela Terceirização.


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