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Brigadiana faz desabafo sobre parcelamento e post repercute no Facebook: "Tiraram nossa dignidade"

Viviane Contessa é soldado da Brigada Militar no município de Santiago do Boqueirão, na Região Central do Estado

31/08/2015 - 16h47min

Atualizada em: 31/08/2015 - 16h47min


Luã Hernandez
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Facebook / Reprodução

O desabafo de uma brigadiana da Região Central sobre o parcelamento dos salários dos servidores do Estado está repercutindo no Facebook. Até as 16h desta segunda-feira, o post na rede social tinha mais de 5,8 mil compartilhamentos.

No texto, a soldado Viviane Contessa, 34 anos (oito de corporação), conta que fazia patrulhamento no Centro de Santiago, no último sábado, quando ouviu pedestres comentarem ironicamente sobre a situação dela e dos colegas:

- Será que eles aceitam cesta básica de doação?

Posted by Viviane Contessa on Domingo, 30 de agosto de 2015

Mais um serviço.Apesar da situação humilhante que passei ontem enquanto estava em PB na esquina do calçadão em horario...

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Viviane classificou a situação como "humilhante". No mesmo post, ela afirma que em outro momento cobraria explicações, mas que sua moral estava tão baixa que nem isso teve forças para fazer.

No final da postagem, que é acompanhada pela foto da brigadiana com sua farda, o desabafo:
 
- Tiraram tudo de nós, mas o que mais "tá" doendo é que tiraram nossa dignidade. Desculpa o desabafo. Que Deus nos dê forças.

Amigos de Viviane no Facebook também enviaram comentários de apoio à brigadiana. Um dos post diz: "Uma profissão que era pra ser a mais paga é a mais desvalorizada".

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Por telefone, Viviane contou que resolveu publicar a situação que vivenciou porque as pessoas não entendem que brigadianos são pessoas como qualquer outra, com problemas e frustrações. Ela não esperava que o post fosse repercutir tanto e afirma que está se sentindo impotente.

- É uma situação constrangedora, de desespero. Sou casada, tenho dois filhos e meu marido mais um. Estamos em uma situação em que esperamos receber o nosso salário. Ninguém fala mais em aumento. Isso está errado, a gente chega na segunda-feira e o dinheiro não está lá - reclamou.

Quanto ao parcelamento, garante que irá comprometer seu orçamento e teme por não conseguir pagar suas contas.

- O aluguel a gente ainda consegue negociar, mas água, luz, não tem o que fazer. Também não tenho como chegar no mercado e pedir para vender fiado - explicou.

No fim da conversa, ela se limita a torcer:

- Vamos esperar que isso seja só um pesadelo e que logo a gente acorde.

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* Diário Gaúcho


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