Sapucaia do Sul
Taxista é salvo por cabine de táxi em tentativa de assalto
Mauri Filho da Silva teve o veículo atingido por dois tiros e um deles foi bloqueado pela cabine que separa o motorista do pasageiro
O sol ainda nem nascia quando o taxista Mauri Filho da Silva, 53 anos, começava mais um dia de trabalho no ponto da estação de trem de Sapucaia do Sul, próximo das 6h desta quinta-feira. Três rapazes solicitaram uma corrida, em direção à Vila Nova em São Leopoldo. Mesmo pressentindo que iria ser assaltado, ele arriscou. Ao final do trajeto, para tentar evitar a ação dos criminosos, Mauri fugiu e foi perseguido por cinco balas. Duas acertaram o carro e, graças a proteção da cabine que separa o motorista do passageiro, os tiros não acertaram o taxista.
Mauri, que há 15 anos trabalha na direção do táxi, afirma que quando foi solicitado a ir até a Vila Nova logo imaginou que era o bairro situado em Sapucaia do Sul. Segundo ele, somente no meio do caminho foi informado que o destino era São Leopoldo, mesmo assim, não quis voltar.
– Quando eles disseram que era São Leopoldo eu pensei que se voltasse para o ponto eles poderiam assaltar outros colegas. Preferi ir e durante o caminho procurar uma viatura ou um posto da polícia.
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Ele conta que em nenhum momento do trajeto encontrou policiais. Quando chegou perto do destino, que, segundo ele, é um local perigoso, resolveu parar na primeira rua onde era possível manobrar. Ao descer do carro, o primeiro passageiro caminhou em direção à porta do motorista, foi então que Mauri sentiu que se tratava de um assalto.
– Ele começou a mexer por baixo do casaco, então percebi que ele estava armado. A única salvação era tentar fugir. Quando o último passageiro colocou a cabeça para fora do carro eu arranquei e eles meteram cinco balas – relembra.
Os dois tiros que acertaram a cabine foram repelidos pelo sistema de blindagem e atingiram o porta luvas e a porta do carona. O taxista, que por quatro anos trabalhou em um carro que não contava com o acessório e por quatro vezes foi assaltado, avalia que a cabine é muito importante para a segurança. De acordo com ele, a maioria dos táxis da cidade onde trabalha são equipados com o acessório.
Mauri perdeu o dinheiro da corrida que totalizou R$ 75. Ele acredita que a intenção dos criminosos era levar o carro e não vê a atitude de fugir como arriscada. Conforme conta, a reação foi aprovada pelos colegas. No entanto, o clima é de insegurança no ponto.
– Os colegas estão apavorados. Principalmente os que fazem o horário da madrugada, eles não querem trabalhar mais – comenta.