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Seu problema é nosso

Buracão no meio da rua impede a circulação de ônibus na Zona Sul de Porto Alegre há 13 dias

EPTC precisou fazer desvio emergencial para continuar atendendo a comunidade

22/11/2016 - 08h17min

Atualizada em: 22/11/2016 - 08h18min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho

As paradas de ônibus vazias e o movimento intenso de pedestres se tornaram parte de um cenário de indignação no Bairro Campo Novo, Zona Sul de Porto Alegre. E o vilão desta história é um buraco que toma conta da esquina da Rua Ozório José Martins com Beco Paladino e impede que duas linhas de ônibus circulem pelo local há 13 dias. Agora, os moradores da região precisam de mais fôlego e tempo para embarcar em um coletivo em direção ao Centro da cidade.\

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Pontes de safena

Se, antes, bastava atravessar a rua para esperar pelo ônibus, agora o aposentado Jordão Ladeira, 69 anos, precisa caminhar cerca de 600m até a parada mais próxima, na Estrada Cristiano Kraemer. Embora não leve mais do que 15 minutos, o trajeto já é suficiente para deixar cansado o idoso – que tem quatro pontes de safena e vai com frequência ao Centro para consultas médicas.

Jordão Ladeira

Assim como Jordão, as aposentadas Salete Dutra, 61 anos, e Joeci da Rosa, 63 anos, também são afetadas pela situação. Na tarde da sexta-feira passada, elas saíram de casa com antecedência para caminhar lomba acima sob a instabilidade do clima, ora chuvoso, ora com sol a pino.

– É um descaso com a comunidade. A prefeitura diz que precisa esperar secar para consertar, mas molhou e secou várias vezes nesse meio tempo – queixa-se Salete, coordenadora do grupo da terceira idade do bairro.

Salete (E) e Joecir

Morando bem em frente ao buraco, Jordão conta que já é a quarta vez em dois anos que o asfalto cede naquele local. Na última vez, quatro meses atrás, um ônibus ficou com a roda presa no buraco.

– O problema é que eles não tapam bem. Colocam asfalto só por cima e por baixo, enchem com areia e, por isso, o buraco abre novamente – critica o aposentado.

Menos movimento no comércio

Há quem se arrisque a passar de carro pelo local, tirando fininho com a roda ao lado da cratera. No entanto, a maioria dos motoristas prefere usar outras ruas para acessar o bairro. As consequências da diminuição do fluxo de pessoas em função do problema já são sentidas no comércio.

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Num minimercado localizado a poucos metros do buraco e em frente a uma das paradas de ônibus da Rua Ozório José Martins, o movimento caiu pela metade, de acordo com a comerciante Kerlin Menger, 34 anos.

– As pessoas costumavam descer do ônibus e já aproveitar a viagem para passar no mercado e comprar um pão. Agora, muita gente deixou de vir aqui. Tem dias que dá vontade de fechar as portas – lamenta.

Kerlin

Kerlin ligou para a prefeitura todos os dias da semana passada, mas não conseguiu fazer com que o pedido da comunidade fosse atendido.

Vistoria prevista para amanhã

O Departamento de Esgoto Pluviais (Dep) afirmou que fará uma vistoria no local, em conjunto com a empresa Sintra, que executa obras na região, a fim de identificar se a causa do problema é a obra de canalização ou a rede pluvial insuficiente. Após a inspeção, programada para acontecer amanhã pela manhã, o Dep poderá tomar as medidas necessárias para solucionar o problema.

Já a EPTC informou que o desvio das duas linhas de ônibus que atendem a região está sendo realizado de forma emergencial. Conforme o órgão, a Assessoria Comunitária da EPTC já está em contato com a comunidade para tratar sobre esta situação e seguirá disponível durante o conserto.

Mapa do desvio dos ônibus

Produção: Carolina Lewis



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