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Contagem regressiva

Menino que mora em hospital: Roger deve ir para casa 

Justiça determinou bloqueio nas contas do Estado e do município de Canoas para pagamento do valor dos primeiros seis meses de tratamento em casa

22/01/2017 - 16h25min

Atualizada em: 22/01/2017 - 17h23min


Aline Custódio
Aline Custódio
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Roger vive no hospital desde o nascimento

Deve ocorrer nesta semana o desejo mais aguardado por Roger Inácio Dutra da Silva que, ao longo dos nove anos de vida, viveu fora de um hospital por apenas 85 dias: ele irá para a casa da família no Bairro Mato Grande, em Canoas. Uma home care será contratada para manter o tratamento médico do menino. A data oficial da quarta saída de Roger do Hospital São Lucas da Pucrs, onde ele mora no quarto 517, deve ser divulgada nesta segunda-feira.

Com síndrome de down e doença de Hirschsprung (que obrigou os médicos a retirarem parte do intestino do menino), Roger depende de tratamento médico contínuo. Há três anos, ele recebeu alta médica, com a condição de ter disponível uma enfermeira particular (home care) quatro vezes por semana para auxiliá-lo na alimentação parenteral – dieta pela veia. Sem condições financeiras de pagar pelo tratamento, a família exigiu na Justiça a estrutura fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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Na sexta-feira passada, baseada no orçamento do tratamento repassado pela família, a Vara de Infância de Canoas determinou a liberação do valor – bloqueado desde 10 de janeiro – das contas gerais do Estado e do município de Canoas – 50% de cada – para o pagamento do tratamento por seis meses. A advogada da família, Paula Santos, recebeu os primeiros três meses e contratou uma das três empresas de home care orçadas pela prefeitura de Canoas. Desde a mudança da gestão, a prefeitura vinha demonstrando interesse em arcar com parte dos custos do tratamento do menino.
– O Roger terá direito, mensalmente, a 34 visitas de enfermagem e 17 de um técnico de enfermagem, mais a alimentação específica, os medicamento e os curativos. Estamos felizes com esta conquista pelo bem dele – comemorou a advogada.

Paula ressalta que, em casa, o gasto com os tratamentos, levando em conta serviço de enfermagem, aparelho para aplicação de alimentação especial, medicamentos e materiais, seria pouco mais da metade do valor gasto hoje pelo Sus no hospital – onde estão incluídos despesas com hotelaria.
– Estamos na contagem regressiva para este sonho. Roger diz que quer ir para a "casa grande", a nossa casa – contou a mãe, a artesã Eva Flores Dutra, 48 anos, que vive com o filho no hospital.
A prefeitura de Canoas informou que se manifestará sobre o caso nesta segunda-feira. Já a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde não foi localizada até o fechamento desta reportagem.



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