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Integração pelo esporte

Edição nacional das Olimpíadas Especiais das Apaes reúne mais de mil atletas em Canoas 

Evento iniciou na segunda-feira e segue até o próximo sábado

04/12/2018 - 20h50min


Elana Mazon
Elana Mazon
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Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Na área do futsal, ocorriam quatro jogos simultâneos

A partida de futsal masculino entre os times do Rio Grande do Sul e do Amazonas, disputada na tarde desta terça-feira (4), no Complexo Esportivo da Ulbra, em Canoas, foi pegada.  A cada lance, as torcidas, formadas por outros membros das delegações, vibravam e incentivavam seus atletas. Enquanto isso, outras três partidas do mesmo esporte e uma de handebol ocorriam no complexo. 

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O jogo, que terminou 2 a 1 para o Amazonas, fez parte da primeira fase da disputa do futsal masculino na edição nacional das XXII Olimpíadas Especiais das Apaes, que ocorre desde segunda-feira e segue até sábado. O evento reúne 1.079 atletas em 11 modalidades e tem representantes de 23 Estados. Ao todo, segundo a organização, são 2 mil pessoas envolvidas. 

Um deles é Marcelo Ferreira da Silva, 35 anos, aluno da Apae do município de Iranduba e responsável pelos dois gols do time do Amazonas na partida. Graças à performance dele, o time conquistou sua primeira vitória na competição.

– Na primeira partida, contra Pernambuco, nós perdemos. Mas tínhamos viajado um dia e meio para chegar aqui, estávamos muito cansados – conta Marcelo.

Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Marcelo (D), da delegação do Amazonas, marcou dois gols

Motivação

Com lágrimas nos olhos, ele dedicou o resultado à esposa, Amanda, e à filhinha Marcele, de apenas um mês e meio:

– Desde criança sou apaixonado por futsal. Não tenho palavras para falar sobre essa Olimpíada, é muito emocionante estar aqui. Graças a Deus, consegui ajudar o time e fazer estes dois gols.

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Do outro lado da quadra, nada de tristeza. Depois de cumprimentar os vencedores, os atletas do Rio Grande 

Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Alegria após a vitória

do Sul, campeões da edição passada, receberam o abraço dos treinadores e foram circular pelo evento, conversar com os colegas e confraternizar com outros participantes. Tudo isso faz parte da experiência, como conta Fabiano Rodrigues Kopp, 18 anos, de Santa Cruz do Sul:

– É maravilhoso (estar aqui)! A gente fica em hotel, conhece muita gente. Não é sempre que a gente tem estas oportunidades.

É justamente esta integração o grande objetivo do evento, segundo o Coordenador de Educação Física, Desporto e Lazer da Federação Nacional das Apaes, Roberto Soares.

– Para muitos deles, a vinda para cá já é um acontecimento. Aqui, além de praticar esporte, os alunos precisam exercitar a autonomia, a responsabilidade, a motivação – diz ele.

Praticante de futsal há oito anos, Fabiano até curte a integração, mas confessa que também gosta de competir:

– Jogar por medalhas motiva mais, né?

Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Após partida do handebol masculino, times trocaram cumprimentos

Viagem longa

Atleta do time de handebol feminino do Maranhão, Ana Beatriz Lima Costa, 18 anos, viajou de ônibus de São Luís, a capital do seu Estado, até Canoas. Foram três dias para fazer o trajeto, de quase 4 mil quilômetros. 

A delegação desembarcou na madrugada de ontem, por volta da 1h. No início da tarde, as atletas já estavam na quadra.

– Eu jogo há quatro anos. Amo! Handebol é vida. Treino o ano inteiro, duas vezes por semana – conta ela, que fez três gols.

Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Ana Beatriz (D) viajou durante três dias para participar da competição

Para quem estava assistindo, o cansaço não parecia atrapalhar, já que o time venceu por 13 a 0 a partida contra Rondônia. Porém, segundo o técnico, José Henrique Azevedo, seu grupo poderia ter rendido mais em quadra.

– Este time já foi campeão brasileiro sete vezes. Cometeram erros que não costumam cometer nos treinos. Mas elas estavam cansadas. A próxima partida vai ser melhor – diz.


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