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Prefeitura promete normalização da coleta de lixo em Alvorada nesta quarta-feira

O serviço havia sido retomado na sexta-feira, mas na terça alguns bairros ainda não tinham registrado a passagem do caminhão

20/03/2019 - 14h44min

Atualizada em: 20/03/2019 - 14h49min


Jéssica Britto
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Omar Freitas / Agência RBS
Roberto acredita que mobilização de moradores ajudaria a resolver o problema

Há duas semanas, o pedreiro Roberto César Zanchi, 59 anos, não vê o caminhão de lixo passar na Rua Julio César, no bairro Formosa, em Alvorada. Lixeiras estão abarrotadas, grades acumulam sacolas e até árvores são usadas para pendurar o acumulado. Não é difícil encontrar terrenos baldios com sobras de madeiras e lixo espalhado.  

– Já falei para os vizinhos, a gente deveria juntar todas as sacolas e largar no meio da rua para ver se eles vêm e fazem algo – reclama Roberto.

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O problema com a coleta vem ocorrendo há pelo menos 15 dias, desde que funcionários da Ecopav, empresa terceirizada pela prefeitura, deixaram de fazer o serviço por falta de pagamento. O recolhimento foi retomado, segundo a prefeitura, na sexta-feira passada (15), mas ainda nesta terça-feira (19) alguns bairros não tinham registrado a passagem do caminhão de lixo. 

Também no Formosa, mas na Rua Central, outro cenário de acúmulo de lixo. A lixeira da casa do aposentado Sérgio Raupp, 60 anos, já não comporta mais a quantidade de sacolas e muitas foram colocadas no chão. Com os sacos se amontoando pelas calçadas, gramas e lixeiras, a preocupação com a saúde se intensifica. Moradores relatam o aparecimento de ratos pelas ruas do bairro.  

– Tenho um bebê de um mês e não posso deixar lixo acumulando dentro de casa – revela a doméstica Diana Oliveira, 35 anos, que tem uma casa na Rua Julio César.

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Nova contratação

Diana mora em Alvorada há dois anos e lembra que a interrupção do recolhimento não é de hoje. E, de fato, não é. No site da prefeitura de Alvorada há registros de situações semelhantes em 2017 e 2018. 

Em 2017, a administração informava que o recolhimento não havia sido suspenso, mas reduzido, o que teria causado acúmulo de lixo nas ruas. Em setembro de 2018, em nota oficial, com outra paralisação dos serviços da Ecopav, a prefeitura informava que desconhecia os problemas financeiros enfrentados pela empresa e que havia notificado a terceirizada para retomada do trabalho. 

Omar Freitas / Agência RBS
Lixo se acumula

Neste ano, assim como nos anteriores, a prefeitura garante que tem mantido os repasses mensais para empresa, cerca de R$ 300 mil, em dia. Segundo o secretário de Serviços Urbanos (Semsu), Marcos Paulo da Silva, diante da sucessão de problemas, a prefeitura estuda romper o contrato, que teve início em abril de 2016.

– Abrimos um processo emergencial para contratação de outra empresa, pelo período de seis meses, para garantir o atendimento, caso seja necessário. A Ecopav presta um bom serviço, o problema é esta questão judicial que eles enfrentam e que afeta a operação – explicou Silva.

Para Ecopav, problema é pontual

A gerente da Ecopav, Elisângela Amaral, explica que há valores bloqueados judicialmente que impedem o acesso aos recursos depositados pelo Executivo. Mesmo assim, a Ecopav encontrou outra forma para quitar os salários dos funcionários e normalizar o atendimento.

– Estamos com 80% da coleta em dia e devemos concluir o trabalho até a noite de hoje (terça-feira, 19) – informou.

Segundo Elisângela o contrato de licitação com a prefeitura é de cinco anos, ou seja, até 2021, mas renovado anualmente, se for esse o interesse das partes. Entre sexta, quando a coleta foi retomada, e o meio-dia de ontem, 440 toneladas de lixo foram retirados das ruas de Alvorada. Os bairros Aparecida, Stella Maris e Formosa, segundo estimativa da Semsu, estavam entre os últimos a terem o recolhimento restabelecido. 



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