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Após passar por incêndio, escola de Viamão vive no improviso

Alunos do 9º ano estão estudando em um galpão de madeira desde o início do ano

04/04/2019 - 07h00min


Jéssica Britto
jessica.britto@diariogaucho.com.br
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Fernando Gomes / Agencia RBS
Estrutura de madeira só tem uma porta e uma janela. Alunos reclamam do calor

Já está para completar um ano do incêndio que destruiu um dos pavilhões da Escola Estadual de Ensino Fundamental João Barbosa, no bairro Universal, em Viamão, e até hoje alunos, professores e funcionários vivem no improviso. O fogo consumiu quatro salas de aula, a sala de informática com 20 computadores, secretaria e a sala da direção. Para voltar às aulas, um mutirão que envolveu pais, alunos e professores foi organizado dias após o incêndio. Mesmo assim, a instituição ainda precisou funcionar 15 dias sem luz.

A escola com 300 alunos e 24 funcionários tem três pavilhões _ dois de amianto, construídos provisoriamente nos anos 1990, e outro de alvenaria _, além de um galpão de madeira que foi transformado em sala de aula. Os prédios estão em um terreno em processo de usucapião. 

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A direção e a supervisão estão funcionando dentro da biblioteca, que foi desativada. Alunos do 1º e 2º ano foram parar na antiga sala de professores, e os do 9º ano, uma turma com 22 adolescentes, no galpão aos fundos da escola. O abrigo de madeira tem apenas uma porta e uma janela. A fiação está totalmente exposta. Dois ventiladores de chão tentam amenizar o calor dentro do espaço, que coletivamente é definido pelos estudantes como "muito quente".

Fernando Gomes / Agencia RBS
Sala dos professores agora é usada por alunos do 1º e 2º ano

A diretora Virgéria César Custódio conta que, quando chove, não há atividades externas. Os jovens que estudam no galpão precisam enfrentar a chuva e o barro para chegar na sala, pois não há calçamento nem cobertura. Não há quadra de esportes, apenas um piso de concreto no pátio. Para uso coletivo, apenas dois banheiros e um pequeno refeitório. 

As poucas melhorias empregadas nos últimos anos só foram possíveis graças ao apoio de um grupo de pais. 

— Só conseguimos fazer pequenas reformas, muitas delas executadas pela própria comunidade — disse.

Seduc promete obras

Fernando Gomes / Agencia RBS
Quadra de esportes usada pelos alunos

A Seduc informou que duas obras estão programadas para o educandário: a construção de um novo sistema de esgoto no valor de R$ 40 mil e a reforma geral do prédio com orçamento previsto de R$ 150 mil. A primeira está em fase de contratação, a segunda, que será executada com recursos do BIRD, está aguardando vistoria da 28ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP).

Quanto à reconstrução de quatro salas atingidas pelo incêndio, disse que o projeto para execução do serviço ainda está em análise no Comitê Gestor de Obras. Para a recuperação dos materiais perdidos, a Seduc afirma já ter disponibilizado, logo após o ocorrido, R$ 140 mil. Não foram definidos prazos. 

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