Região Metropolitana
Prefeitura rompe contrato com empresa de coleta de lixo em Alvorada
Com seguidos problemas para recolher o lixo, companhia teve seu vínculo com o município rompido nesta quinta-feira. Prefeitura fará contratação emergencial de nova empresa.
"Será que o caminhão do lixo passa hoje?". Nos últimos meses, esta pergunta tem visitado diariamente os moradores de Alvorada, na Região Metropolitana. Isso acontece porque a empresa Ecopav, responsável pela coleta de lixo na cidade, vem enfrentando problemas financeiros desde a metade do ano passado, ao menos.
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Como consequência, a coleta tornou-se irregular, transformando a passagem do caminhão do lixo num fato raro. A situação chegou ao limite nesta quinta-feira (4). Depois de mais de uma semana sem colocar os veículos para rodar em boa parte dos bairros, a empresa Ecopav foi informada de que não é mais a responsável pela coleta de lixo em Alvorada.
— Não chegou a notificação oficial, mas já sabemos da decisão da prefeitura. Por isso, não respondemos mais pelo recolhimento de lixo da cidade — disse a gerente de operações da Ecopav, Elisângela Amaral, na tarde desta quinta-feira.
O secretário municipal de Limpeza Urbana, Marcos Barbosa, confirmou a decisão de retirar da Ecopav a gestão da coleta de resíduos domésticos do município. O secretário garante que os repasses da prefeitura para a empresa estiveram sempre em dia e ressalta que os problemas relacionados à Ecopav são estritamente de responsabilidade da empresa. Segundo Marcos, a companhia vinha sendo alvo de constantes bloqueios judiciais, que "chegavam diariamente à prefeitura".
— Fizemos os depósitos dos bloqueios, em sua maioria por causas trabalhistas que a empresa respondia. Aí, repassávamos o restante à Ecopav. As notificações judiciais vinham até de outros Estados — cita Marcos Barbosa.
Contrato emergencial
Segundo o secretário de Limpeza Urbana, a prefeitura, por meio de seu departamento jurídico, já trabalha para notificar oficialmente a Ecopav e encaminhar o contrato emergencial de uma nova empresa. Além disso, uma licitação — que ainda está sendo preparada pela prefeitura — irá escolher de forma definitiva a nova companhia responsável pela coleta de lixo na cidade.
— Queremos regularizar isso o mais rápido possível. Porém, ainda não temos como definir um prazo para o lixo ser recolhido — afirma o secretário de Limpeza Urbana.
Moscas e mau cheiro viraram rotina
Sem os caminhões da Ecopav saindo da garagem, nas ruas, os moradores sofrem com as consequências do acúmulo de lixo. A dona de casa Marta Nunes, 53 anos, está em apuros com a invasão de varejeiras que tomaram conta do seu pátio, no bairro Bela Vista. As sacolas de lixo se acumulam nas grades que protegem a residência. O espaço da lixeira já não é mais suficiente para tudo.
— Esses dias tive que pedir para o meu sobrinho levar o lixo para outro lugar, está insuportável — recorda Marta.
Perto dali, o chapeador aposentado Carlos Rollsing, 72 anos, precisa diariamente colocar o lixo na rua pela manhã e recolher no final do dia.
— Coloco quando é dia que o caminhão devia passar. Mas já faz mais de uma semana que ele não vem. Tiro no final do dia para os cachorros da rua não rasgarem as sacolas — explica Carlos.
Na casa da auxiliar de serviços gerais Isabel Cristina Ferreira, 42 anos, o que mais incomoda é o mau cheiro.
— Tem que ver em dias quentes, que nem hoje (quinta-feira), o cheiro fica ainda pior. Isso quando não tem até bichos se proliferando no lixo — reclama a moradora do bairro Sumaré.