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Laços de Princesa

Projeto trabalha autoestima e solidariedade no Instituto Penal Feminino

Presas do regime semiaberto aprendem a confeccionar perucas de lã que serão doadas para crianças em tratamento contra o câncer

31/07/2019 - 12h45min


Jéssica Britto
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Isadora Neumann / Agencia RBS
Os materiais para elaboração das perucas e toucas está sendo custeado por verbas pecuniárias

Com objetivo de proporcionar uma atividade criativa e ainda beneficiar crianças do Instituto do Câncer Infantil, presas do semiaberto do Instituto Penal Feminino de Porto Alegre participam, desde o início de julho, do projeto Laços de Princesa. A ideia é criar toucas e perucas inspiradas em personagens infantis e distribuir para as crianças de dois a 13 anos em tratamento contra o câncer, assim como ocorre desde 2014, nos Estados Unidos, no The Magic Yarn Project, que produz e distribui perucas inspiradas nas princesas e personagens da Disney.

Duas vezes por semana, as mulheres participam das aulas de crochê e aprendem a confeccionar os acessórios. Cerca de 15 alunas devem se formar no próximo mês. Duas delas serão escolhidas para levar as produções até o Instituto.

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— Sou a maior apoiadora delas, porque eu acredito que tudo o que vem em prol da transformação traz algum benefício. É tirar elas do ócio negativo. A cada laço, um entrelaçamento de amor — destaca Marlusa Netto, do Instituto Penal.

O tratamento de quimioterapia pode deixar o couro cabeludo das crianças sensível. Por isso, o uso das perucas de lã _ que também são laváveis _ traz mais conforto. Além disso, elas apresentam um lado lúdico para os pequenos que enfrentam a doença.

Oportunidade

Muitas alunas nunca tinham tido a chance de costurar ou fazer crochê. Conforme a professora Ceir Medina, em duas aulas já foi possível aprender a técnica. O empenho fez a produção inicial esperada pular de 20 para 50 toucas e perucas. 

Isadora Neumann / Agencia RBS
Alunas aprenderam em dois dias a fazer crochê

— Elas estão empenhadas e aprenderam muito rápido. Muitas se interessaram no curso pensando nos filhos — relata a professora.

Para adaptar as peças aos desenhos e filmes brasileiros, as alunas também fizeram perucas que lembravam outros personagens, como Emília, do Sítio do Picapau Amarelo, e a Magali, da Turma da Mônica.

— Eu já trabalho com artesanato, sei fazer um pouco de tudo, mas não sabia fazer a montagem da touca e os detalhes dela — explica Ceronita Canabarro, de 48 anos, uma das alunas. 

As apenadas foram pré-selecionadas e tiveram preferência aquelas com penas maiores a serem cumpridas. Algumas já pensam em usar o aprendizado para gerar renda.

— Eu tinha vontade de aprender, mas nunca tinha tido a oportunidade. Agora que aprendi, quero fazer para os meus filhos e poder ter uma renda — disse Jaiane Ramos, de 24 anos. 

Incentivo de diversos órgãos 

A iniciativa é do Conselho da Comunidade para Assistência aos Apenados das Casas Prisionais Pertencentes às Jurisdições da Vara de Execuções Criminais (VEC), Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas de Porto Alegre (VEPMA) e da Susepe, sob coordenação da assistente social do Conselho da Comunidade, Danielle Dimare. O projeto recebeu apoio e incentivo da Diretora do Departamento de Tratamento Penal, Simone Messias Zanella, da administradora do Instituto Penal Feminino (SUSEPE), Marlusa Silveira Netto, da assistente social Paula Borges e do juiz da vara de execução de penas Luciano Losekann. 

— Fizemos esse projeto pela questão social, para poder contribuir com as crianças e proporcionar uma capacitação profissional. As alunas ganharão certificado e, quem se interessar, poderá ganhar carteira de artesão — explica Danielle. 

Os materiais para elaboração das perucas e toucas está sendo custeado por verbas pecuniárias destinadas pela VEPMA. 

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