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Em Canoas, coleta de recicláveis é feita com bicicleta adaptada há um ano

Circulação de veículos com tração animal é proibida em alguns bairros da cidade

31/08/2019 - 05h00min


Jéssica Britto
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Omar Freitas / Agencia RBS
Bicicleta acoplada com gaiolas de ferro recebeu o nome de Bikeco

Nesta sexta-feira (30), o Diário Gaúcho mostrou que, na Capital, os carrinheiros vivem um período de incerteza, a um ano da proibição de circularem pelas ruas. No município vizinho, em Canoas, uma alternativa para apoiar quem vive da coleta de material reciclável completou um ano em junho. 

O programa Canoas Sem Carroças oferece a um grupo de catadores um equipamento específico para coleta dos materiais recicláveis. O Bikeco, uma bicicleta ecológica acoplada com gaiolas de ferro, é utilizado para recolher o lixo reciclável no Centro da cidade. No primeiro ano, mais de 450 toneladas de materiais foram retirados por funcionários da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Canoas (Coopcamate). Em média, 38 toneladas de lixo são removidas por mês.

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A cooperativa disponibiliza 10 bicicletas ecológicas e tem 14 condutores atuando no projeto. A iniciativa partiu como uma alternativa para os recicladores, após a proibição da circulação de veículos de tração ação animal na região. Além da renda fixa proporcionada pelos associados, o projeto ainda se preocupa com a proteção e bem-estar animal. 

Omar Freitas / Agencia RBS
Programa está em expansão

Aprovação

Integrante da Coopcamate, Rafael Silva, 28 anos, morador do Santo Operário, entrou no programa em dezembro de 2018. Independente do quanto recolher, sabe que ao final do mês terá seu salário fixo, além de estar ajudando na preservação e limpeza da cidade.

— Está sendo ótimo, pois melhorou a cidade e ajudou a desobstruir os esgotos — revela. 

O principal objetivo do Canoas Sem Carroças é coibir a exploração animal para o transporte de cargas e de passageiros. Dentre as ações, além do Bikeco, há também a implementação das fases do Programa de Redução Gradativa de Veículos de Tração Animal (VTA), onde estão atualmente proibidas a circulação de carroças nos bairros Centro, Marechal Rondon, Igara, São José e São Luís, e a realização de blitze de proteção animal, que aborda carroceiros e verifica o estado de saúde dos equinos, em todos os quadrantes do município, além de blitze de educação animal nas escolas do município.

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Em expansão

Para o coordenador do programa, Alex Szekir, o Bikeco foi muito bem-recibo pelos canoenses, cansados de assistir animais maltratados circulando pelas ruas.

— No início, as pessoas aplaudiam quando viam as bicicletas pelas ruas. Agora, o programa segue em expansão para outras áreas da cidade. Por enquanto, cobre 40% do território de Canoas, locais onde as carroças com tração animal não podem circular. Mas a partir do segundo semestre do ano que vem será em toda a cidade — destaca.

No primeiro ano do programa, 36 cavalos foram apreendidos por maus-tratos. Eles são recolhidos e levados para o Centro de Bem-Estar Animal. Destes, 18 já foram adotados.


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