EDUCAÇÃO NA CAPITAL
Após cinco meses, escola de Porto Alegre recebe professor de matemática, mas problema persiste em outras disciplinas
Alunos da Escola Estadual Coronel Aparício Borges, no Partenon, ainda precisam de responsáveis por disciplinas como inglês, artes e ensino religioso
Após cinco meses de angústia, enfim, a espera pelo professor de matemática terminou na Escola Estadual Coronel Aparício Borges, no Partenon, em Porto Alegre. Segundo a diretora da instituição, Denise Neves, o novo professor começou adar aulas nesta segunda-feira (23). Outro docente, que atuava no turno da noite, ampliou a carga horária para a tarde, ajudando a preencher a lacuna. Ainda assim, falta um professor para completar mais cinco horas de carga horária.
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Desde abril, os alunos do 5º ao 9º ano estavam sem a disciplina. O DG acompanha o problema desde agosto. Enquanto isso, a escola adotava um esquema de rodízio para suprir a falta das aulas de matemática na escola. Quando não eram dispensados, os estudantes tinham aulas extras de outras disciplinas. Cerca de 500 alunos enfrentaram meses sem aula. O problema começou com o pedido de transferência de um professor, e se agravou em julho, quando outros dois pediram desligamento do vínculo com o Estado. A única professora da disciplina que havia na escola entrou em licença-maternidade. A preocupação era geral, principalmente, entre os alunos do 9° ano, que precisam trocar de escola no ano que vem.
– Agora, vamos usar a carga horária daquelas disciplinas que foram dadas aulas extras para cumprir as aulas de matemática – diz Denise.
Dificuldades
Mas a situação difícil ainda está longe de acabar, pois a escola está sem professores de artes, ensino religioso e inglês. Em agosto, à reportagem do DG, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) havia dito que aumentaria a carga horária da professora de inglês para cobrir as lacunas existentes. O problema, segundo a direção, é que esse professor sequer existe.
Para complicar, uma professora de ciências, que cumpria jornada de 30 horas, recentemente deu entrada com os papéis da aposentadoria, e a única funcionária de limpeza tem dificuldades de dar conta da manutenção de toda a instituição.
– É um funcionário temporário, com mais de 70 anos. Acaba que, muitas vezes, nós temos que fazer mutirões de limpeza na escola com ajuda dos alunos e professores – relatou a diretora.
Secretaria da Educação garante envio de profissionais
Quanto à situação de recursos humanos da Escola Coronel Aparício Borges, a Seduc confirmou que a vaga de 40 horas para a disciplina de matemática já foi devidamente preenchida, mas que ainda é necessário preencher duas horas de inglês e três horas para artes. A professora responsável pelas duas disciplinas pediu dispensa de contrato no dia 19 de agosto.
“Ela será substituída pelo aumento de carga horária de algum professor que atue nas proximidades da instituição de ensino. A previsão para suprir a demanda é até o início do mês de outubro”. Quanto à solicitação para servente de limpeza, a Seduc informa que já aprovou uma nova contratação e enviará, o mais breve possível, o profissional para a escola.