Seu Problema é Nosso
Moradora da Capital está sem tratamento por falta de medicamento na Farmácia do Estado
Geneci sofre de um tipo de paralisia facial que não tem cura. Contudo, ela precisa de injeções de toxina botulínica para amenizar o problema
Há mais de 40 dias, a vida da dona de casa Geneci Maria Barela Porto, 51 anos, moradora do bairro Lami, em Porto Alegre, está sendo prejudicada pela falta de um medicamento na Farmácia do Estado.
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Geneci sofre de blefaroespasmo hemifacial no lado direito do rosto, um tipo de paralisia facial que não tem cura — apenas tratamento. Por conta disso, a dona de casa precisa de injeções de toxina botulínica, a cada quatro meses, no rosto para amenizar o problema de saúde.
Porém, de acordo com Geneci, o estoque da farmácia estadual, onde costumava retirar o medicamento, não é reposto há bem mais de um mês.
Além de buscar o produto na farmácia, ela também precisa marcar a aplicação da toxina no hospital Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, o que se torna uma preocupação para a dona de casa, já que ela teme que a demora em conseguir a medicação aumente o tempo de espera para a aplicação.
Emprego
Todo esse transtorno está refletindo de forma negativa não só em sua saúde. Geneci conta que a doença a prejudica também na busca por um emprego:
— Estou procurando um serviço, mas esse problema me causa frustração. Na rua, no transporte e até nas empresas, as pessoas sempre perguntam o porquê do meu olho estar caído assim. Eu fico muito envergonhada.
Tristeza
Esta é a segunda vez que o atraso na reposição do estoque do medicamento impede que Geneci dê continuidade ao tratamento. Em 2016, o Diário Gaúcho mostrou a dona de casa na mesma situação, e ela só conseguiu realizar o procedimento depois que o assunto foi tratado no jornal.
Além desse problema de saúde, Geneci conta que também venceu um quadro grave de depressão em fevereiro deste ano, quando fez a mais recente aplicação da toxina botulínica. Porém, a demora pela qual passa está trazendo de volta a tristeza.
— Me sinto muito mal, porque é uma parte do meu corpo que aparece, não é uma parte escondida. O pior de tudo é que não tem cura, por isso eu preciso desse remédio — desabafa Geneci.
Estoque será reposto
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a paciente está cadastrada junto ao Estado para receber uma ampola de toxina botulínica a cada 120 dias. Ainda segundo a SES, a compra do medicamento é feita pelo Ministério da Saúde, que repassa trimestralmente para o Estado as quantidades necessárias para atendimento dos 320 pacientes gaúchos que utilizam a mesma medicação.
A secretaria confirma que o estoque da Farmácia de Porto Alegre, local com o qual a paciente mantém vínculo, está zerado. Porém, garante que a próxima entrega do medicamento está agendada para o dia 30 de setembro.
Produção: Thayná Souza