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SAÚDE PÚBLICA

Clima tenso na Unidade de Saúde Chapéu do Sol, em Porto Alegre, devido à falta de médicos

Guarda Municipal foi acionada para acalmar os ânimos em posto do extremo-sul da Capital. Prefeitura afirma que tenta ampliar equipes no local

20/11/2019 - 05h00min


Jéssica Britto
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Omar Freitas / Agencia RBS
Guarda Municipal foi acionada nesta terça-feira (19)

A dificuldade para conseguir atendimento resultou em confusão na manhã desta terça-feira (19)  na Unidade de Saúde (US) Chapéu do Sol, no extremo-sul de Porto Alegre. Indignados, usuários reclamaram com os funcionários e um princípio de tumulto foi registrado. No início da tarde, a Guarda Municipal acompanhou a abertura do posto.

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A US tem apenas uma equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e conta com um só médico. Esse profissional faz parte do programa Mais Médicos e precisa participar de cursos de capacitação. Desta forma, tem ficado ausente do posto nas manhãs de terça e sexta-feira. 

Omar Freitas / Agencia RBS
Camila tenta marcar consulta há dois meses

A educadora Camila Bettio, 32 anos, diz que há dois meses tenta marcar uma consulta médica e não consegue.

– Tenho psoríase e preciso da consulta para conseguir o encaminhamento para o dermatologista. Vim uma vez semana passada, vim hoje (terça, 19) de manhã e não tinha médico, agora voltei à tarde para tentar novamente. Mas preciso trabalhar, não consigo ficar muito tempo aguardando – explica.

Representante do Conselho Local de Saúde, José Carlos Vieira afirma que a unidade deveria ter duas equipes completas. Além de possuir apenas uma, está sem coordenação. 

– Desde que começou essa confusão com o Imesf (Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família, que deverá demitir 1,8 mil funcionários por determinação da Justiça), os profissionais que estão trabalhando nas unidades afetadas estão à flor da pele. Mas a população também precisa entender que aqui existem bons profissionais e que, com apenas uma equipe, é preciso realmente esperar um pouco mais – contou.

Ana Paula Carvalho, 33 anos, relata o suplício para conseguir consulta com especialistas para o filho autista, de quatro anos. 

– Estou há um ano na fila de espera tentando que ele seja atendido por fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta educacional, tendo prescrição de emergência, e não consigo. Agora, vim novamente aqui para pegar um laudo, que levarei para a Defensoria Pública – relata.

Regiões de difícil acesso 

Omar Freitas / Agencia RBS
Posto é referência para 3,5 mil pessoas

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que o número de profissionais está adequado para a quantidade de usuários – referência para 3,5 mil pessoas. O representante do conselho local questiona os dados e diz que a US é a única opção para uma população de 7 mil pessoas. Mesmo assim, a SMS afirma que está trabalhando para ampliar as equipes de ESF e, especialmente, tentando atender aos moradores de regiões de difícil acesso. 

Porém, a localização de algumas unidades, longe do Centro, diminui o interesse dos trabalhadores da área da saúde.


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