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Refeição social

Como foi o primeiro dia de funcionamento do novo restaurante popular de Porto Alegre

Prefeitura deu início ao atendimento por meio do projeto Prato Alegre, que promete fornecer comida, mas também auxiliar na reinserção social de seus frequentadores

26/12/2019 - 16h41min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Félix Zucco / Agencia RBS
Nova unidade está localizada na Rua Garibaldi, na região central da cidade

Depois de 231 dias, Porto Alegre voltou a ter um restaurante popular, ou melhor, dois. Inaugurados nesta quinta-feira (26), os bandejões ficam na região central e na Zona Sul. Entre o fechamento da unidade que atendia no bairro Floresta, em maio, e a reabertura, o atendimento foi feito de forma provisória no Ginásio Tesourinha, com 280 refeições sendo servidas por dia. 

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Agora, serão 200 almoços no espaço no bairro Floresta — próximo de onde funcionava o antigo bandejão — e outros 100 na região da Vila Cruzeiro, no Morro Santa Tereza. A inauguração dos locais é parte do projeto Prato Alegre, criado pela prefeitura para substituir a marca Restaurante Popular. A promessa é de que os locais ofereçam, além de alimentação, assistência social, oportunidade de emprego e chance de ressocialização. 

Outro ponto ressaltado é a descentralização do atendimento. Ao invés de uma unidade no Centro, como até o início do ano, serão restaurantes espalhados pela cidade — a promessa da prefeitura é de que mais três locais abram ainda no primeiro trimestre de 2020, no centro e nas zonas Leste e Sul. 

Público

Félix Zucco / Agencia RBS
Marco Antônio foi o primeiro da fila

Entretanto, esse atendimento espalhado pela cidade ainda precisa ser bem trabalhado junto ao público. Nesta quinta-feira, por exemplo, ninguém apareceu na unidade aberta na Zona Sul, somente na região central. 

A reportagem acompanhou o movimento no restaurante no bairro Floresta no primeiro dia de funcionamento. O público que marcou presença para almoçar gratuitamente era variado. Diferentemente da ideia inicial, de apenas moradores de rua serem atendidos, o titular da Secretaria de Desenvolvimento Social e Esporte (Smdse), Moisés Fraga Gonçalves, explicou como o público será definido:

— O primeiro passo é a inscrição no Cadastro Único (CadÚnico). Vamos ter agentes da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) auxiliando nisso nos primeiro 15 dias. Depois, vamos direcionar o atendimento ao nosso público prioritário, que são moradores de rua, famílias em situação de extrema pobreza e idosos vulneráveis.

Serviço aprovado por frequentadores

Primeiro usuário a servir seu prato no novo bandejão, o motorista de ônibus aposentado Marco Antônio Pereira da Silva, 68 anos, aprovou o cardápio. Além do tradicional arroz com feijão, ainda havia alface, tomate, cenoura e batata inglesa. A guarnição era estrogonofe de frango.

— Eu frequento há muitos anos. Sempre foi uma comida boa e continua assim aqui neste novo local — elogiou Marco Antônio.

Félix Zucco / Agencia RBS
Paulo aprovou refeição servida no novo espaço

Um dos personagens da rua na Capital, Paulo Águas, 42 anos, também estava na inauguração. Em maio, logo após o fechamento do bandejão da Rua Santo Antônio, no bairro Floresta, o Diário Gaúcho mostrou o desafio de Paulo para almoçar. Ao invés de pagar R$ 1, valor que era cobrado no bandejão, ele teve de desembolsar R$ 10. Agora, está num espaço onde o atendimento é gratuito.

— Tivemos esse período provisório no Tesourinha, mas foi para abrir mais locais. Acredito que vai ser melhor, tendo em vários pontos da cidade e de graça. Vai ajudar quem não tem condições de se deslocar até o Centro — projeta Paulo.

A família dos vendedores de rua Douglas Ferreira da Silva, 28 anos, e Ana Lúcia Pereira, 34 anos, também aproveitou o almoço. Junto deles, estavam os três filhos: Vitória, oito anos, Emanuel, cinco anos, e Esther, um ano e cinco meses.

— Vimos no Diário que iria abrir hoje. Íamos no antigo e vamos frequentar esse aqui também — disse Ana Lúcia.

Promessas

Quem também esteve no local foi o prefeito Nelson Marchezan. Além de vistoriar a cozinha e as instalações do prédio, Marchezan prometeu melhorias na refrigeração do local, que estava abafado diante dos 35ºC que atingiam Porto Alegre. 

O chefe do Executivo também cobrou dos aliados resultados práticos do Prato Alegre, como o número de pessoas que vão conseguir emprego por meio do local. Depois de um breve discurso, o prefeito encheu um prato no bufê e também almoçou no local. No seu prato, havia um pouco de arroz branco, batata inglesa e bastante estrogonofe de frango.

— Pode colocar um pouco mais — disse Marchezan à senhora que servia as refeições.

Félix Zucco / Agencia RBS
Prefeito da Capital também almoçou no Prato Alegre

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