Cachoeirinha
Estudante precisa de ajuda para realizar retirada de tumor
Felipe está empenhado em arrecadar R$100 mil para fazer a cirurgia
Foi nos primeiros anos da infância que o estudante de Direito Felipe Rodrigues Nunes da Costa, morador da Vila Maria da Conceição, bairro Partenon, em Porto Alegre, começou a sofrer com fortes dores de cabeça. Sem receber tratamento até então, aos oito anos, ele perdeu a visão no olho direito. Porém, foi só com 12 anos – depois de inúmeros exames não conclusivos –, que o jovem descobriu o tumor de cerca de 6cm (macroadenoma) que havia se formado na base de seu cérebro, na região da hipófise.
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Hoje, com 23 anos, Felipe, que é cego do olho direito e possui apenas 5% da visão do esquerdo, está na luta para realizar uma cirurgia que pode pôr fim às dificuldades que enfrenta.
— Minha mãe não me levou no médico, pois achava que fosse coisa de criança. Quando foi descoberto, o tumor já estava muito grande, comprimindo o nervo óptico. Mas, se fizer a cirurgia para retirá-lo, existe a possibilidade de voltar a enxergar — relata o estudante.
Risco
Quando soube que poderia retirar o tumor e, assim, ter chances de recuperar a visão, Felipe se encheu de esperança. O estudante conta que chegou a ser encaminhado para o procedimento pelo SUS. Porém, por conta do risco (de a cirurgia não fazer diferença ou resultar na perda total da visão), a operação acabou sendo recusada pelo neurocirurgião.
— Estou ciente desse risco, mas vale a pena, porque a minha vida assim é muito difícil. Se der tudo certo, minha visão vai ser retomada. Eu acredito nisso — diz Felipe que, inconformado com a recusa, decidiu pesquisar valores do procedimento em hospitais particulares.
Dificuldades
Em sua busca, o estudante teve contato com a equipe do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. Lá, a cirurgia custaria em torno de R$ 100 mil – o melhor valor encontrado por ele. Contudo, trabalhando em uma distribuidora de gás para pagar o aluguel, a alimentação e a mensalidade da universidade em que cursa Direito, Felipe não tem condições de arcar com a operação.
Diante do impasse, criou uma vaquinha online para arrecadar a quantia. Entretanto, a campanha recebeu uma única doação, no valor de R$ 100, que acabaram sendo devolvidos ao colaborador.
— R$ 100 mil é um valor que eu nem imagino quanto seja, pois nunca tive. Mas já nasci com o não e, agora, estou indo em busca do sim — desabafa Felipe, que está empenhado em arrecadar a quantia necessária para fazer a cirurgia.
Sonho de se tornar juiz
Mesmo com os obstáculos impostos pela doença, Felipe jamais se deixou abater. Cursando o 7º semestre de Direito, o jovem, que sonha em ser magistrado, se esforça para driblar o problema de visão:
— Faço provas adaptadas, com letras maiores, e uso o celular para tirar fotos do quadro e dos textos. Depois, amplio para conseguir ler.
Com a retirada do tumor, Felipe acredita que ficará mais próximo de chegar onde quer. Contudo, sabe que, mesmo sem o problema de saúde, sua vida estará longe de ser fácil. Ainda assim, acredita que "chegou o tempo de isso começar a acabar":
— Estou sempre lutando para dar o meu melhor. Só por morar na Vila Maria da Conceição e batalhar para estudar Direito, já nado contra a maré. Mas é difícil, porque cansa e, às vezes, dá vontade de se afogar. Acredito que, com a cirurgia, vai ser um tempo novo, um recomeço.
Como ajudar
/// Você pode contribuir com qualquer quantia por meio da conta 25670-6, agência 5582 do Itaú. A conta está em nome de Felipe Rodrigues Nunes da Costa, CPF 853.247.010-68.
Produção: Camila Bengo