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O Diário Gaúcho te ajuda a entender a alta no preço da carne

O Diário Gaúcho convidou a colunista de agronegócio de Zero Hora, Gisele Loeblein, para explicar os motivos do preço da carne bovina nas alturas

04/12/2019 - 05h00min


Gisele Loeblein
Gisele Loeblein
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Fernando Gomes / Agencia RBS
A cada ida ao açougue, um novo susto para os consumidores

Quem gosta de fazer aquele churrasco no final de semana já percebeu que o preço da carne ficou bem mais salgado. A arrancada maior veio em novembro. E, até o final do ano, não há perspectiva de redução. Entenda as razões do fenômeno:

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A carne bovina ficou mais cara?
Sim, levantamentos feitos por órgãos de pesquisa mostram que a carne bovina subiu. Aumentou tanto o valor pago ao produtor (o chamado valor do boi gordo) quanto o desembolsado pelo consumidor, nas gôndolas de supermercados. 

Um indicativo dessa alta vem de dados apurados no Estado pelo Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro) da UFRGS. 

A picanha, por exemplo, ficou 59,5% mais cara desde outubro, o filé mignon 49,3% e a alcatra, 44,4%. Nem a costela e a carne moída escaparam do aumento. A tendência é de que o produto siga valorizado até o final do ano.

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E o que explica esse aumento?
Há um conjunto de fatores que devem ser considerados para essa alta. Um dos mais falados neste momento é a maior quantidade de carne vendida pelo Brasil para a China. O país, que fica na Ásia, tem um problema que está afetando sua produção local. É a peste suína africana, uma doença que atinge suínos. Com isso, a oferta diminuiu, e os chineses precisaram ampliar as compras de outros países, de todos os tipos de carne. O Brasil é um deles. 

Pela alta procura, a carne bovina ficou valorizada. Mas outras razões contribuíram. É o caso da redução no número de animais disponíveis para abate dentro do Brasil. Isso ocorreu pela seca registrada em outras regiões do país e também porque muitos produtores acabaram abandonando a atividade, por causa da baixa rentabilidade. 

No Rio Grande do Sul, há outras particularidades: o clima ruim no inverno prejudicou as pastagens, que são alimento para engordar o gado, e só agora a produção começa a aumentar e o gado a ficar pronto para o abate. Isso quer dizer que há um intervalo até a produção voltar a todo o vapor.

Há perspectiva de voltar a cair o preço?
Só a partir do próximo ano. Os cortes devem começar a cair a partir do primeiro trimestre. No Estado, os primeiros meses do ano marcam o retorno ao auge da produção. Há alerta dos especialistas, no entanto, de que, mesmo com recuo, os preços não devem voltar aos patamares registrados no primeiro semestre deste ano.


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