No último Natal, Thayla de Oliveira Pereira, nove anos, fez dois pedidos para o Papai Noel: um boné do Flamengo e um rim. Devido a uma doença crônica renal, a menina, que veio com a mãe, Maria Natalina de Oliveira Pereira, 30 anos, de Manaus, no Amazonas, para a Capital dos gaúchos, esperou quatro meses pelo transplante de rim. O presente, como diz a mãe, chegou no dia 13 de janeiro, e o procedimento foi realizado na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Além do problema nos rins, Thayla nasceu com uma malformação na coluna chamada de mielomeningocele – um defeito congênito em que a medula espinhal não se desenvolve adequadamente –, com a Síndrome de Chiari, que tem relação com a malformação, entre outras complicações na bexiga, no fêmur e no quadril.
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Com a etapa do transplante vencida e em plena recuperação, hoje, a menina necessita de uma cadeira de rodas nova.
– Ela precisa de uma maior e mais prática. Como precisamos ir às consultas, é sempre um problema para pegar táxis ou ônibus. A dificuldade é que a cadeira que ela tem não fecha e, às vezes, os motoristas não querem levar. Ela precisa de uma cadeira mais confortável, pois é uma criança muito ativa, gosta de praticar atividades e de se movimentar. Tenho muita fé e esperança de que vamos conseguir – conta a mãe.
De acordo com o orçamento da nova cadeira, feito por Natalina, é preciso R$ 9 mil para a compra. Por isso, foi organizada uma vaquinha online para receber doações. A campanha já arrecadou mais da metade do valor.
Mãe e filha chegaram a Porto Alegre em julho do ano passado. Segundo Natalina, ela trouxe Thayla apenas para uma consulta no Hospital da Criança Santo Antônio. Contudo, os planos foram mudados após a conversa com a médica:

– Ela me perguntou se eu vim para ficar ou só para a consulta, pois a Thayla poderia iniciar o tratamento. Não pensei duas vezes, depois de tudo que minha filha passou. Eu vim com a roupa do corpo e uma mala. Foi um período bem complicado.
Em setembro, as duas conseguiram se mudar para a Casa de Apoio Madre Ana, que proporciona acolhimento a pacientes pediátricos, entre outros, juntamente com seus acompanhantes vindos do interior do Rio Grande do Sul e de outros Estados brasileiros. O público acolhido é de pessoas de baixa renda que necessitam de suporte integral durante o tratamento na Santa Casa.
– Thayla tinha ficado um período no hospital, e eu fiquei na casa de um terceiro. Mas, depois, conseguimos vir para a Madre Ana. Não tinha condições de pagar por um aluguel – relembra Natalina.
Enfim, em janeiro, Thayla recebeu o novo órgão, a resposta do pedido que fez no final de 2019.
– Graças a Deus, correu tudo bem, tudo funcionando como deve ser. A sensação mais importante é ver ela bem – desabafa a mãe.
Nova vida, novo equipamento
Com quase quatro meses de "uma nova vida", como afirma a mãe, Thayla expressa de forma tímida sua ansiedade pela nova cadeira. É com uma risada e uma afirmação que ela mostra a felicidade de que, em breve, terá o novo equipamento. A cadeira, além do conforto pelo tamanho, possibilitará a prática da corrida de rua.

– O esporte entrou nas nossas vidas numa fase difícil, quando ela estava fazendo diálise e estava abatida – conta a mãe.
Já na Casa Madre Ana, ela não para. Anda por todos os lados, participa de oficinas, de terapia assistida por animais, entre outras atividades oferecidas de forma gratuita no espaço.
– É fundamental agradecer a esse lugar que nos recebeu de braços abertos e que é muito importante para pessoas que vêm de outros Estados. Me acolheu e ajudou, e continua ajudando muitos pacientes – afirma Natalina.
COMO APOIAR
/// Doe por meio da vaquinha online em vaka.me/940087.
/// Depósitos bancários podem ser feitos no Bradesco, pela conta 0009435-8, agência 0433. A titular é Maria Natalina de Oliveira Pereira.
/// Acompanhe a rotina da Thayla pelo Instagram @thaylaoliveirapereira.
/// Conheça o trabalho da Casa de Apoio Madre Ana pelo Instagram @casadeapoiomadreana.
Produção: Caroline Tidra
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