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Nos 20 anos do DG, conheça João Vitor, o menino que caminha no rumo certo

Garoto de quatro anos fez cirurgias nos pés após a publicação de sua história na seção "Seu Problema É Nosso"

17/04/2020 - 05h00min

Atualizada em: 17/04/2020 - 11h54min


Lis Aline Silveira
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Marco Favero / Agencia RBS
Uma faceirice só

– Mamãe, eu já passei por tanta dificuldade, mas eu sou um menino feliz.

Do alto de seus quatro aninhos, a confidência que João Vitor fez, certo dia, à sua mãe, a dona de casa Lisiane Fiel de Almeida da Cunha, 34 anos, a leva às lágrimas até hoje.

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E o gurizinho encantador e tagarela, fã de super-heróis e que adora dançar e cantar, está certo. Nascido com uma deformidade nos pés, ele já encarou quatro cirurgias para resolver o problema. Ainda hoje, precisa usar botas ortopédicas em tempo integral para prosseguir na correção de seus passos. Para complicar, em 2018, sofreu queimaduras com óleo de cozinha em um acidente doméstico, que afetaram braço esquerdo, pescoço e tórax. Foram mais 38 dias de internação e outra cirurgia para a conta de João Vitor.

As histórias da família de Cachoeirinha e do Diário Gaúcho cruzaram-se em agosto de 2017, na seção Seu Problema É Nosso. Na época, Lisiane relatou as dificuldades para conseguir as cirurgias de correção dos pés de João Vitor via SUS. O problema físico do menino foi descoberto ainda na gestação, em uma ecografia. Segundo ela, quando João Vitor nasceu, "bateu o desespero":

– Vendemos tudo o que tínhamos e fomos para Rio Grande, pois nos disseram que lá era mais fácil de conseguir a cirurgia.

Marco Favero / Agencia RBS
Uso de botas ortopédicas é necessário

Porém, insatisfeita com os resultados da primeira operação, a família acabou voltando para Cachoeirinha. 

A dificuldade em conseguir atendimento acabou levando a família a buscar, inclusive, a Defensoria Pública do Estado.

– Foi uma luta, eu e meu marido (o comerciário Aldomar Mateus da Cunha) estávamos desempregados. Foi quando alguém sugeriu que procurássemos o Diário Gaúcho, pois o jornal ajuda muita gente – conta.

A publicação da reportagem gerou uma verdadeira onda de solidariedade:

– Recebi muitas ligações. Consegui doações em dinheiro para pagar consultas e palavras de apoio que me deram coragem para seguir. Cheguei a criar um vínculo de amizade com algumas pessoas, que me ajudaram muito.

Emocionada, Lisiane relata a visita que João Vitor ganhou no hospital de uma das pessoas que a ajudou, após uma cirurgia. E de um vizinho que se tornou amigo da família, ajudando-os e aconselhando-os em diversos momentos.

Marco Favero / Agencia RBS
Todo o carinho da mãe, Lisiane

Com o valor recebido, Lisiane conseguiu pagar três consultas com diferentes ortopedistas para obter laudos, uma das exigências da Defensoria Pública para prosseguir o processo. 

Pouco depois, garantiu o atendimento no Hospital da Criança Santo Antônio, da Santa Casa, na Capital, onde o menino realizou três cirurgias e segue em acompanhamento até hoje. O par de botas ortopédicas, no valor de R$ 1.120, foi adquirido graças a uma rifa.  

A passos firmes, o futuro sorri para João Vitor.

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