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Carnaval de Porto Alegre perde o intérprete Paulinho Durão

Paulo Ricardo de Souza Baptista morreu aos 53 anos, em Porto Alegre, após uma parada cardíaca

10/07/2020 - 21h21min


Liliane Pereira
Liliane Pereira
Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Registro de uma das mostras de sambas-enredo das quais ele participou

Na noite de quinta-feira (9), o Carnaval de Porto Alegre perdeu um dos seus personagens mais tradicionais. O intérprete Paulo Ricardo de Souza Baptista morreu, aos 53 anos. Paulinho Durão, como era conhecido, passou por escolas como Unidos de Vila Isabel, Mocidade Independente da Lomba do Pinheiro, Imperatriz Dona Leopoldina, Academia de Samba Praiana, Realeza, Academia de Samba Puro e Estado Maior da Restinga. Foi nesta última que ele construiu a maior parte da sua história de sucesso.

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Paulinho começou a desfilar no Carnaval na bateria dos Bambas da Orgia. Mas foi na Restinga que ganhou destaque. A princípio, em seu primeiro ano na escola, 1984, ia sair como ritmista, acompanhando o irmão, Paulão da Tinga, que passou a ser ensaiador de bateria lá. Porém, vendo que a escola estava sem mestre-sala, resolveu ajudar e assumiu o posto. 

Em 1987, quando a Restinga foi campeã pela primeira vez, ele era o guardião do pavilhão. Foram seis anos nessa função.

Transformação

Mas Paulinho ganhou ainda mais destaque como intérprete. A ideia surgiu em 1994, com o incentivo de Hermes Souza. Neste desfile, também foi campeão.

A capacidade de se transformar é uma característica familiar. Paulão da Tinga, que também foi um intérprete importante, começou como ensaiador de bateria antes de assumir o microfone. Os dois irmãos fizeram história na Restinga e na folia gaúcha.

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A musicalidade e o amor pelo Carnaval são um legado de família. O filho de Paulinho, Bruno Martins, também é intérprete. Em 2017, quando Paulinho se despediu dos palcos, ele e Bruno defenderam juntos a Samba Puro, os dois como primeiros intérpretes da harmonia musical. Cria do bairro Maria da Conceição, foi na escola da sua comunidade que ele desfilou pela última vez.

O povo carnavalesco lamenta a perda desse beija-flor que se tornou canário e que tantas alegrias deu ao samba. Paulinho faleceu no Hospital de Clínicas, em função de uma parada cardíaca causada por complicações de saúde. O enterro foi realizado no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre.

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