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Retomada das obras paradas impulsiona construção civil em Porto Alegre

Empreendimentos que estavam paralisados com as medidas mais restritivas reiniciaram no dia 10 de agosto, e setor estima ampliação

02/09/2020 - 20h52min


Anderson Aires
Anderson Aires
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Isadora Neumann / Agencia RBS
Operários trabalham na fase de finalização do projeto Paço Santo Inácio, no bairro Moinhos de Vento

Pouco menos de um mês após a prefeitura permitir a operação da construção civil privada, o setor retoma as atividades em Porto Alegre, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). O presidente da entidade, Aquiles Dal Molin Júnior, afirma que esse movimento é puxado pelas obras que estavam paralisadas em razão de medidas mais restritivas e reiniciaram no dia 10 de agosto com o aval do Executivo municipal.

Dal Molin Júnior destaca que a Capital conta com cerca de 200 obras em andamento e que a expectativa é de que esse número quase dobre em um futuro próximo, com a estimativa de mais 174 empreendimentos em modalidade de licenciamento aberta pela prefeitura. 

—  A grande maioria é continuidade das obras. Temos poucos lançamentos novos, mas eles virão. A gente tem a expectativa de que, a partir do mês de novembro e dezembro, terão vários lançamentos. São as obras que já vamos ver repensadas pela demanda pós-covid — disse o presidente do Sinduscon-RS. 

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Trabalhadores e máquinas voltaram a habitar os canteiros de obra da Capital logo nos primeiros dias após a liberação. Os locais contam com mecanismos de segurança, como uso de máscaras, disponibilização de álcool em gel e medição de temperatura, segundo o Sinduscon-RS. 

Um dos empreendimentos que estava paralisado e retomou os trabalhos fica na Rua Santo Inácio, bairro Moinhos de Vento. Operários trabalham na fase de finalização do projeto Paço Santo Inácio, que compreende um prédio residencial com 36 apartamentos, localizado ao lado de uma casa histórica, que passa por restauração. A obra é da Incorporadora Uma. 

Outra obra da Uma, em parceria com o Grupo Zaffari, também foi retomada na Avenida Carlos Gomes. O projeto prevê um complexo comercial, que deverá ser finalizado em 36 meses. Atualmente, os trabalhos no terreno estão na fase de fundação do solo. Diretor e sócio da Uma, Antonio Ulrich, afirma que a volta da operação da construção civil privada é importante, porque representa parte significativa da economia da cidade.

— É importantíssimo para a cidade. Nós somos geradores de empregos — salienta. 

Novos empreendimentos

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smams) aponta que 174 projetos imobiliários foram inscritos no modelo de prioridade de licenciamento aberto pela pasta, entre os dias 14 de julho e 14 de agosto. Os empreendedores que optaram por essa modalidade assumiram o compromisso de iniciar as obras até um ano após aprovação da prefeitura. 

— Quase vai dobrar o número de obras em Porto Alegre. Isso vai ser um impulso, vai impulsionar o desenvolvimento econômico da cidade. Vai aumentar arrecadação de impostos fortemente — estima o presidente do Sinduscon-RS. 

Levantamento da Smams aponta que, desses 174 projetos, 127 são residências, 41 de comércio e serviços e seis de serviços de saúde. Esse montante representa investimento de R$ 8,37 bilhões, além da previsão 52.282 empregos diretos e 175.418 indiretos. Um desses empreendimentos residenciais prevê construção no bairro Rubem Berta, na Zona Norte, e é de responsabilidade da incorporadora Cyrela. A obra, que está em fase de projeto arquitetônico, prevê investimento de R$ 32,5 milhões

— A gente vem atuando em diversos caminhos para tentar viabilizar uma retomada no pós-pandemia. Esse decreto, esse modelo de priorização é um dos formatos que a gente criou para de fato começar o movimento da economia. Mas a gente também viabilizou recentemente, durante o período de pandemia, uma série de simplificações e de qualificação do processo de licenciamento — destaca o secretário municipal do Meio Ambiente, Germano Bremm.  

Entre os dispositivos elencados pelo secretário estão o que simplifica a concessão de habite-se e a regulamentação de processos digitais no Escritório de Licenciamento. 

O presidente do Sinduscon-RS destaca que boa parte dos novos lançamentos nos próximos meses deve levar em conta demandas que ganharam força em razão das mudanças causadas pelo distanciamento social necessário no combate à covid-19: 

— Tem algumas situações, por exemplo, espaço para home office, questão de varandas e um contato maior com a natureza, com o exterior, mesmo em apartamentos, no sentido de que tenham sacadas, janelas maiores.


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