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DG no Busão

Com retomada de atividades, passageiros relatam superlotação em ônibus metropolitanos

Número de usuários aumentou, mas empresas alegam que oferta ainda é superior à procura

22/10/2020 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Em setembro, foram mais de 3,5 milhões de passageiros transportados

Semana a semana, setores da economia e de outras partes da sociedade começam a retomar suas atividades. E quem “diminuiu o ritmo” nos últimos meses, começa a sentir o impacto. É o caso do transporte público: a cada dia, aumentam publicações nas redes sociais e relatos enviados por leitores sobre a lotação nos ônibus. Isso gera insegurança, pois, apesar de um retorno, ainda há um cenário de pandemia e o risco de contágio pelo coronavírus

O Diário Gaúcho foi conferir como está o cenário no transporte metropolitano, como usuários têm se sentido ao utilizar o sistema e como as empresas têm trabalhado para amenizar a situação. No Centro Histórico, onde desembarca boa parte dos passageiros que vêm da Região Metropolitana, coletivos lotados costumam chegar logo nas primeiras horas da manhã. Mas, conforme quem usa o serviço, a situação fica ainda mais complicada na hora de voltar para casa. 

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Isso acontece porque, apesar de os horários de chegada serem mais espaçados na manhã, com pessoas chegando desde antes das 7h até por volta das 10h, o final da tarde acaba tendo mais concentração de passageiros em menos tempo. E, por consequência, sobrecarregando mais os coletivos, que operam com frota reduzida desde março. 

Mesmo assim, é válido lembrar que os ônibus devem seguir determinações estaduais dos protocolos do programa Distanciamento Controlado, utilizando somente 70% da capacidade dos veículos.

Avanço

Entre janeiro e abril, a queda de usuários superou os 60%. Porém, desde maio, o número de pessoas usando o sistema metropolitano tem aumentado gradativamente. E esse aumento que pode causar a lotação dos carros, se a circulação seguir com os patamares de março e abril, quando as frotas foram significativamente reduzidas. 

Quem precisa se deslocar entre a Região Metropolitana e a Capital sente o aumento no número de pessoas no interior dos coletivos. A consultora de moda Laiane Santos, 34 anos, vem de Cachoeirinha. Moradora do bairro Morada do Bosque, ela diz que, pela manhã, os primeiros dias da semana são os mais complicados. E na hora de retornar para casa, no final da tarde, a superlotação é diária.

– Têm ficado cada vez mais lotado, sim. Quando retorno para casa, por volta das 18h, tem muita gente. O ônibus já sai aqui do Centro lotado – diz Laiane.

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Em Gravataí, a auxiliar de serviços gerais Fernanda dos Santos, 31 anos, tem dado preferência às linhas executivas, justamente para evitar embarcar em carros mais lotados e se expor aos riscos do coronavírus. Nos veículos executivos, a lotação pode ser feita só com passageiros sentados, sem transportar pessoas em pé. 

– Nos executivos tem esse controle, mas os comuns estão mais lotados, principalmente, nos horários de pico – conta a moradora de Gravataí, que estava na Capital para uma consulta médica.

“Precisamos de mais opções” 

O revendedor Jerônimo Azambuja, 25 anos, vem de Viamão para trabalhar na Capital. Diante dos veículos mais lotados nas primeiras horas do dia, ele tem alternado os horários, tentando evitar as aglomerações. 

Para Jerônimo, o problema maior são as faixas de pico, no início da manhã e final da tarde, onde ele sente que poderia haver mais ônibus rodando:

– Fora destes horários, não chega a lotar, então, fica mais seguro.

Para a auxiliar administrativa Jéssica Klein, 29 anos, incomodou a redução de horários da linha que ela usa para vir do Parque da Matriz, em Cachoeirinha, até a Capital. Com isso, ela precisa utilizar as linhas que vêm ao Centro pela Avenida Assis Brasil, que além de aumentarem a viagem, têm tido superlotação, como ela conta.

– O ônibus sai de Cachoeirinha muito lotado. Precisamos de mais opções de deslocamento – pontua ela.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Jessica vem de Cachoeirinha em coletivos lotados

Para empresas, oferta ainda é superior à procura

Conforme a Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM), “o número de viagens nos horários de pico tem sido aumentado, por experiência das empresas e por exigência da Metroplan, que monitora diariamente toda a oferta e todo o uso, por meio da bilhetagem eletrônica do TEU”. Ainda segundo a ATM, “fora do pico há ociosidade de frota e de tripulação”. A associação reitera que, no momento, “o serviço ofertado é superior à demanda”. 

As empresas garantem que a segurança sanitária está sendo cuidada desde o início da pandemia, com iniciativas de limpeza frequente, distribuição de álcool gel, sanitização e uso de máscara pelas tripulações e exigência das mesmas para os usuários.




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