Notícias



Churrasco mais salgado

Carne bovina tem alta de 9,36% em novembro

O acumulado dos últimos 12 meses é de 30,87% de aumento. Outros itens da cesta básica, como a batata, também estão mais caros

09/12/2020 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
Enviar E-mail
André Ávila / Agencia RBS
Cada visita ao açougue representa um novo susto para o consumidor

O preço da carne bovina está mais salgado. Entre outubro e novembro, este tempero amargo no valor do alimento foi de 9,36%. O acréscimo foi divulgado nesta semana pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no seu levantamento mensal dos preços de alimentos que compõem a cesta básica. A carne, que já havia subido 1,66% na pesquisa do mês passado, soma uma alta de 7,48% só neste ano. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de 30,87% – isso significa que, se um quilo de qualquer corte estivesse custando R$ 15 em novembro do ano passado, agora, o valor já está na casa dos R$ 20.

Leia outras notícias do Diário Gaúcho

Apesar de ter apresentado uma alta de pouco menos de 10%, o alimento perde para outro item indispensável na cozinha, a batata. Esta sim, teve uma alta de assustar o bolso: 43,96%. E o pior é que o produto já vinha de uma elevação no preço de 38,46% registrada no mês passado. No ano, conforme o Dieese, o tubérculo já soma 76,85% de alta. E nos últimos 12 meses, o índice salta para 91,46%. 

Na esteira das altas, ainda aparecem o óleo de soja, que subiu 7,59% na comparação entre outubro e novembro. O produto é o que registra maior alta tanto no acumulado só deste ano – 116,70% –, quanto na soma dos últimos 12 meses 122,82%. Tomate, açúcar, banana, feijão, arroz e a farinha de trigo também estiveram entre os que apresentaram elevação de valor. 

Do outro lado, quatro itens considerados parte da alimentação básica das famílias brasileiras tiveram queda de preço. O destaque fica por conta do leite, que reduziu 3,21%, seguindo o ritmo do mês passado, quando já tinha caído 2,37%. Café, pão e manteiga completam a mesa dos que itens que ficaram mais baratos em novembro.

Conjunto

Na soma total dos valores, os 13 itens pesquisados pelo Dieese apontam que a cesta básica de Porto Alegre ficou 6,13% mais cara em novembro. No ano, a alta é 21,87%, enquanto nos últimos 12 meses, o acumulado já apresenta elevação de 35,96%. Pela mais recente pesquisa do IBGE, a região metropolitana de Porto Alegre está com uma inflação geral ao consumidor de 3,51% – cerca de 10 vezes menor do que a variação da cesta básica no mesmo período. O índice, entretanto, também subirá, pressionado pela conta de luz com a bandeira vermelha. 

Leia também
Preço em dólar, produção limitada, falta de um calendário: saiba quais são os desafios para a vacinação de grupos não prioritários
Decreto altera horários do comércio e de restaurantes em Porto Alegre; veja a íntegra
Tudo o que você precisa saber sobre o pagamento do IPTU de Porto Alegre

Conforme o levantamento, a cesta básica da Capital está custando R$ 617,03. É a terceira mais cara do país entre as 17 capitais pesquisadas, atrás apenas de São Paulo – R$ 629,18 – e Rio de Janeiro – R$ 629,63. O valor mais baixo do levantamento foi o de Aracaju, onde o conjunto de alimentos sai por R$ 451,32.

Entressafra e exportações

Conforme o Dieese, a variação no preço da carne se explica pela baixa disponibilidade de animais para abate no campo, devido ao período de entressafra, e às exportações aquecidas, que ocasionaram redução da oferta e elevaram os preços do produto.  

– Os altos custos de insumos para os animais, como o farelo de milho e a soja, também têm influenciado no comportamento do preço médio da carne – explica Daniela Sandi, economista do Dieese.

Em relação à batata, houve quebra de produção em várias regiões do Sul, por causa do baixo volume de chuva nas fases de plantio e desenvolvimento. Com isso, a oferta foi reduzida, aumentando o preço. 

No caso do óleo de soja, baixos estoques domésticos de soja e derivados, decorrentes da alta demanda interna e externa e da valorização do dólar diante do real, que tem sido um atrativo para a exportação, explicam os preços elevados.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias