Notícias



Reforço no sistema

Governo admite crescimento exponencial da pandemia no RS e abre mais 190 leitos de UTI

Rio Grande do Sul contará com cerca de 2,7 mil leitos intensivos para a população

03/12/2020 - 18h59min


Marcel Hartmann
Marcel Hartmann
Enviar E-mail
Isadora Neumann / Agencia RBS
Hospital Vila Nova (na foto) é um dos que receberá novos leitos de UTI

Para lidar com a segunda onda da epidemia de coronavírus no Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) irá abrir, nos próximos dias, 190 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), informou a titular da pasta, Arita Bergmann, na tarde desta quinta-feira (3) a GZH.

O crescimento é de cerca de 7% frente aos 2,5 mil leitos já existentes hoje no Estado. Antes, o Piratini já dobrara o número de vagas de UTI no SUS para enfrentar a primeira onda de covi-19. Em janeiro, haverá, portanto, cerca de 2,7 mil vagas para tratamento de pacientes em estado de saúde gravíssimo no Rio Grande do Sul. 

Leia outras notícias do Diário Gaúcho

Dos 190 novos leitos, 113 não existiam na primeira onda da pandemia, estão sendo abertos agora e, segundo Arita, devem funcionar na semana que vem.

A secretária da Saúde do Rio Grande do Sul afirmou que já há crescimento exponencial do contágio do vírus e salientou que, por mais que hospitais aumentem a capacidade para receber casos graves, não será suficiente se a população seguir se aglomerando e convivendo sem máscaras.

— A taxa de ocupação de leitos nunca esteve neste patamar. Temos 80,6% de ocupação de UTIs. Paralelo ao pico de ocupação de leitos de UTI por covid, também temos pico de ocupação muito grande de pacientes em leitos de UTI não covid. Estamos em situação preocupante. A máscara, assim como o cinto de segurança e a cadeirinha do bebê no carro, são cuidados obrigatórios neste momento — disse.

Dentre os hospitais que ganharão novas vagas em UTI, estão o Hospital Vila Nova de Porto Alegre, o Hospital Bom Pastor de Ijuí, o Hospital São Vicente de Paulo, em Cruz Alta, e o Hospital Regional de Santa Maria.

Os 77 leitos restantes estão sendo reabertos – isto é, foram desativados quando a epidemia melhorou para o uso de pacientes com outras doenças e agora voltam a ser focados no tratamento de casos graves de coronavírus. É o caso, por exemplo, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), do Hospital de Taquara e do Hospital de Montenegro.

Leia também
Decreto altera horários do comércio e de restaurantes em Porto Alegre; veja a íntegra
Por que restaurante pode ficar aberto e ir à praia está proibido? Especialistas analisam restrições do novo decreto estadual
Plano Nacional de Vacinação contra o coronavírus terá quatro fases e prioriza idosos e profissionais de saúde

A secretária explica que as vagas precisavam ser desativadas após a melhora da epidemia, em outubro, porque o próprio Ministério da Saúde deixa de financiar quando a ocupação é baixa. Se o cenário continuar em piora, a SES cogita orientar novamente que hospitais gaúchos cancelem cirurgias eletivas, assim como feito no inverno. 

Necessidade de novos profissionais

Apesar do reforço na infraestrutura, Arita afirma que o principal entrave do Estado é contratar novos profissionais de saúde.

— A grande dificuldade para reabrir são as equipes. Alguns hospitais não conseguem recontratar. Isso é um problema — diz.

Arita acrescenta que abrir hospitais de campanha não faz parte da estratégia de resposta do Estado porque esse tipo de ação estrutura oferece leitos clínicos, um tipo de estrutura dedicada a pacientes menos graves e que não falta no Estado.

— Não faz parte da estratégia porque temos mais de 6 mil leitos clínicos para internar paciente. Não falta leito clínico no Rio Grande do Sul — pontuou Arita.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias