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Na  Capital

Moradores de comunidades onde postos foram fechados reclamam de falta de informações

Cartaz com orientações foi visto pela reportagem em apenas um dos quatro locais desativados

08/12/2020 - 21h27min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Cadeado no portão do PSF Jenor Jarros

A terça-feira (8) o mesmo ar de surpresa da segunda-feira (7)para vários moradores de bairros de três regiões de Porto Alegre. Nestes pontos, a prefeitura encerrou o funcionamento de quatro postos de saúde, sem qualquer aviso anterior. 

Com isso, a população que era atendida no local foi pega de surpresa. Na segunda-feira, muitos pacientes buscaram atendimento e deram de cara com portas fechadas. E isso não mudou muito durante o dia de ontem. A reportagem do Diário Gaúcho circulou pelos quatro bairros afetados pelas alterações e viu que boa parte das comunidades continuava sem saber do fechamento e, menos ainda, onde buscar atendimento agora que seus postos de referência não abrirão mais.

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Depois do fechamento, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou um material explicando para onde cada usuário seria encaminhado. Entretanto, isso não chegou ao conhecimento de todos pacientes. Ainda mais porque, entre os quatro postos fechados visitados pelo DG, somente um tinha cartazes informando a mudança e explicando como chegar ao novo local.

Distante

Dos quatro pontos da cidade afetados, quem irá passar mais trabalho para chegar ao novo local de atendimento são os moradores da Pitinga, no Extremo Sul. Lá, o posto fechado fica a 3,5 quilômetros da Clínica da Família José Mauro Ceratti Lopes, na Restinga, novo ponto de referência na atenção básica para a comunidade. Mudar o trajeto de poucos metros por outro que precisará ser feito com carro ou transporte público não agradou.

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– É decisão que vem sempre para prejudicar o pobre. Quem não tem dinheiro para passagem, vai se deslocar como? Eu tinha receitas que estavam no posto para serem renovadas, o que eu faço agora? É uma decisão absurda, ainda mais para um local que estava há mais de 20 anos na comunidade – reclama a dona de casa Luísa Rosa Pinheiro Dias, 61 anos.

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Reportagem só encontrou cartaz na US Laranjeiros

Outro morador, o chapista desempregado Enedir Marques, 54 anos, foi pego de surpresa pela notícia:

– Eu estou sabendo agora. Isso dificulta muito para nós aqui da Pitinga, que vamos precisar fazer todo esse deslocamento até a Clínica da Família.

Distante dali, na Zona Leste, os moradores também vão ter de deixar a Unidade de Saúde (US) Laranjeiras e buscar atendimento na US Morro Santana, distante cerca de 1,3 quilômetro do local. Para o aposentado da construção civil Gentil Brito, 72 anos, a notícia é triste. Acostumado a retirar medicamentos no local, ele ainda espera uma revés na decisão.

– A comunidade está se mobilizando. Creio que terá uma luta ainda para tentar trazer de volta para cá o atendimento. Mas, sei que é difícil de acontecer – lamenta Gentil.

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Giane orienta a vizinhança no Rubem Berta



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