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Projeto em Esteio distribui cartões alimentação para 55 famílias

A ação, promovida pela organização Aldeias SOS Brasil, buscou dar autonomia às pessoas beneficiadas.

23/04/2021 - 11h49min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Gelcimara com quatro de seus filhos.

Fortalecer vínculos familiares é um dos principais focos da Aldeias SOS Brasil, organização que presta acompanhamento a pais, mães e crianças que não possuem acesso a direitos básicos como alimentação, saúde e emprego. A instituição está presente em 26 regiões do país, e, no Rio Grande do Sul, atua em quatro municípios. Esteio foi o que mais recentemente recebeu o grupo. A partir do Projeto Arte de Conviver, nos últimos meses, 55 famílias locais foram beneficiadas.  

Cuidar da casa e dos seis filhos é a rotina de Gelcimara Maria Costa, 30 anos, moradora do bairro Primavera. Pela necessidade de dar atenção às crianças, ela não trabalha, apenas faz algumas faxinas para ter uma renda a mais. Seu marido, Júlio César Teixeira, 38 anos, atua como auxiliar de obras. Ele depende do mercado para garantir renda.  

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– Nós ficamos um bom tempo sem trabalhar, e estava difícil conseguir serviço. Não tinham muitas construções. Se já era ruim antes da pandemia, ficou pior ainda. As crianças em casa, sem poder estudar, tudo isso agravou a situação – conta a dona de casa. 

A família foi uma das beneficiadas pelo Projeto Arte de Conviver, e destaca a importância de a ajuda ter chegado no momento em que o Auxílio Emergencial foi suspenso. 

Adaptação 

Com o apoio de empresas como InBetta e Enerfin, que destinaram parte de seu imposto de renda para a entidade, o projeto distribuiu cartões de alimentação no valor de R$ 300 para as famílias contempladas na primeira etapa da ação. A ideia foi fornecer o dinheiro para ser usado na compra de alimentos e produtos de higiene e limpeza. É o que explica Enéas Machado, 45 anos, gestor de territórios da Aldeias: 

– (Os cartões) dão autonomia muito grande para as famílias, porque, por exemplo, muitas vezes elas recebem só óleo, quando precisavam de arroz. Então, elas irão comprar aquilo que realmente precisam, e podem comprar perto de casa, sem se deslocar. 

Inicialmente, o Projeto Arte de Conviver pretendia promover oficinas de capacitação e suporte pedagógico às famílias de Esteio. A atividade principal da Aldeias é acompanhar famílias em risco de terem seus filhos levados para abrigos, por falta de estrutura para mantê-los. O grupo, inclusive, mantém em sua sede, na Capital, crianças abrigadas que aguardam o retorno para suas casas. Essas ações de acompanhamento e suporte servem para fortalecer as famílias e ajudá-las a se organizarem para terem as condições de manter seus filhos. Devido à pandemia, o projeto foi adaptado e tomou o formato atual. 

Na primeira etapa, os contemplados receberam por três meses a ajuda financeira, que foi depositada nos cartões. Foram 55 famílias, sendo 52 delas compostas por mulheres chefes de família e 37 que dependem apenas do Bolsa Família. 

Rafaela Cardoso, 26 anos, é a assistente social responsável pelo Arte de Conviver. 

– A pandemia trouxe o caos financeiro para essas famílias. Com o fim do Auxílio Emergencial, elas ficaram totalmente sem renda, e como se sustenta uma casa com três ou quatro crianças sem renda? Então, foi aí que começamos a atuar, a fim de que vínculos não fossem rompidos por conta da pandemia – completa Rafaela. 

“Sem renda nenhuma, foi um momento bem crítico”

Angelica Baptista da Silva, 33 anos, é uma das chefes de família selecionadas pelo projeto. Ela mora com os dois filhos, uma menina de sete anos e um rapaz de 16 anos. Desempregada, sua única fonte de renda é os R$ 130 que recebe do Bolsa Família.  

– Tenho uma filha pequena. Ela pede as coisas, e não tenho para dar, então, esse cartão ajudou bastante a minha família. Para mim, 2020 foi o pior ano. Sem trabalho, sem renda nenhuma, foi um momento bem crítico – declara. 

Lucas Gabriel Baptista da Silva, filho de Angélica, foi selecionado para a segunda etapa do projeto. Das 55 famílias que receberam o cartão alimentação, 20 delas foram escolhidas para terem um acompanhamento nos próximos meses. O critério se deu pela seleção dos grupos familiares que enfrentam maiores dificuldades. Esse acompanhamento terá como objetivo auxiliar essas pessoas a conseguirem emprego. 

Das 20 famílias, em 10 delas foram escolhidos adolescentes para inserção profissional. É o caso de Lucas, que participará de uma oficina online de capacitação e receberá um tablet para fazer a formação. O critério foi selecionar adolescentes que, podendo ser inseridos no mercado de trabalho, conseguirão auxiliar nas despesas mensais. 

Gelcimara é parte do outro grupo que integra a segunda fase do projeto. São 10 mulheres que receberão orientações para que encontrem um emprego. As demais 

35 famílias que não participam da segunda fase foram encaminhadas para outros programas de capacitação de Esteio. 

Como apoiar

/// Empresas e pessoas físicas que desejam conhecer o trabalho da Aldeias SOS Brasil e que tenham interesse em se informar sobre a destinação do Imposto de Renda para ajudar o projeto podem procurar a organização através do site aldeiasinfantis.org.br.

Produção: Émerson Santos

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