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Beneficiários do Cras Santa Rosa de Lima não conseguem retirar cestas básicas 

Desde maio, moradores da zona norte, em Porto Alegre, tentam solicitar cestas básicas à unidade e deparam com telefones ocupados

10/05/2021 - 14h19min


Maio é o segundo mês consecutivo em que usuários do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro Santa Rosa de Lima, na zona norte de Porto Alegre, tentam solicitar cestas básicas à unidade e deparam com telefones ocupados. O local é de responsabilidade da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Porto Alegre.

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Segundo a auxiliar de higienização Renata D’ávila, 39 anos, as solicitações de cestas são feitas apenas por telefone, nas terças-feiras.

– Podemos ligar somente um dia na semana para fazer o agendamento da retirada da cesta. Porém, a partir das 8h, o telefone já está ocupado – conta. 

Para ter acesso ao benefício, as famílias devem ter Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal – requisito também para programas sociais como o Bolsa Família ou Minha Casa, Minha Vida – e serem atendidas pelo serviço social da Fasc. Por mês, no Cras Santa Rosa de Lima, são entregues cerca de 500 cestas básicas a comunidades em extrema pobreza, indígenas e quilombolas, grupos em situação de desemprego e suspensão de trabalho formal, catadores de materiais recicláveis, comunidades atingidas por obras de infraestrutura e em situação de rua.

Emprestado 

O atendimento pelo telefone do Cras começa às 8h e vai até as 17h. A diarista Denise Carvalho, 49 anos, conta que os problemas começaram já em 2020. Segundo ela, a espera demora em torno de uma hora e, quando consegue entrar em contato para agendar suas cestas, a informação repassada é de que não há mais estoque de cestas disponíveis.

– É bem difícil para realizar uma ligação. Tem outras pessoas que tentam e não conseguem. A coisa está bem complicada. E outra, nem sempre tenho recarga para ligar. Às vezes tenho que pegar um telefone emprestado – lamenta.

 Renata, que tem três filhos, depende dos benefícios sociais e sofre pela falta da cesta básica. A última retirada que ela fez do kit foi no dia 17 de março. 

– A situação está muito complicada na pandemia. Tem pessoas que estão passando por muita necessidade e dependem do arroz e do feijão do Cras – lamenta.

FASC garante atendimento normalizado

A assessoria da Fasc informou que “o cenário de pandemia agravou a situação financeira e de insegurança alimentar da população” e que “as solicitações aumentaram significativamente''. Em 2019, foram entregues menos de mil cestas básicas. Desde março de 2020, a Fasc entregou mais de 140 mil cestas básicas”.

Segundo a coordenadora do Cras Santa Rosa de Lima, Priscila dos Santos, “o novo número de telefone, lançado em 2020, foi amplamente divulgado por meio de informativos, redes sociais e mensagens via WhatsApp em grupos da região. O expressivo número de ligações causa o congestionamento das linhas”. A coordenadora ressalta que “o atendimento está normalizado de acordo com a capacidade de atendimento do equipamento, tanto de estrutura física como de recursos humanos”.

Produção: Vitória Fagundes



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