Região metropolitana
Coleta de lixo é suspensa em Cachoeirinha após operação do MP que afastou prefeito e empresas terceirizadas
Prefeitura promete normalizar serviços nos próximos dias
Com o afastamento do prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier (PSB), nesta quinta-feira (30), em operação do Ministério Público que investiga supostos desvios em contratos de limpeza urbana, a cidade está sem coleta de lixo. As empresas Urban e Eppo, que realizavam o serviço mecanizado e por contêineres, foram afastadas por suspeita de superfaturamento em contratos emergenciais.
O vice-prefeito Maurício Medeiros, que assumiu o cargo de Breier, promete que, daqui para a frente, somente licitações serão aceitas. Ele admite que, por enquanto, o município deverá enfrentar problema com coleta. Segundo ele, é possível que sejam necessários dois ou três dias para que o serviço seja normalizado.
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— Creio que os funcionários da própria empresa vão dar conta. Garantir com 100% de certeza não posso, mas faremos o possível para garantir. Hoje, as empresas não trabalharam porque os contratos foram suspensos — afirmou.
A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos deverá convocar os funcionários das duas empresas que eram responsáveis pela coleta de resíduos domésticos e requisitar administrativamente os equipamentos e caminhões utilizados pelas companhias. Além disso, a ideia é pagar diretamente aos garis.
— O procedimento agora é licitar tudo e evitar os contratos emergenciais. Estamos com esse problema e agora espero que corra tudo normalmente — disse Medeiros.
Os contratos com as companhias eram emergenciais. Conforme a prefeitura, está em andamento uma licitação para a contratação de nova empresa terceirizada.
Na manhã desta quinta, o MP cumpriu 18 mandados de busca e apreensão em Cachoeirinha, Gravataí, Porto Alegre, Charqueadas, onde está localizada a sede da Urban, assim como nas cidades paulistas de São Paulo e Itu, onde a Eppo tem seus escritórios.
O Ministério Público não detalha informações a respeito dos valores desviados. A reportagem tentou entrar em contato com as empresas citadas, mas até o fechamento da matéria não obteve respostas.
Serviços de reparação da malha viária e capina também estão suspensos
Cachoeirinha já estava sem os serviços de reparação de malha viária e capina. Ainda em junho, por conta de outra operação do MP, o contrato com a SKM Empreendimentos foi suspenso e, desde então, o município está sem varrição de ruas, conservação dos espaços públicos e manutenção de logradouros.
O MP afirmou que havia indícios de que 45% dos valores contratados teriam sido desviados pela SKM. As irregularidades apontadas na investigação supostamente ocorrem desde 2017, primeiro ano de gestão do atual prefeito Miki Breier, que foi reeleito em 2020. O celular do mandatário chegou a ser apreendido na Operação Proximidade.
À época, o vice-prefeito assumiu a Secretaria Municipal de Infraestrutura, pois o titular da pasta, Carlos Leonardo Charão, foi afastado.