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Com salas de aula interditadas desde 2018, escola estadual inicia reforma, em Gravataí

Escola estadual sofre desde 2018 com interdição da maior parte das salas de aula depois que o forro de um dos espaços cedeu. Trabalho promete resolver problemas de infraestrutura

10/02/2022 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Félix Zucco / Agencia RBS
Geovana está na direção da escola desde 2015

Os prédios interditados da Escola Estadual de Ensino Médio Tuiuti, em Gravataí, devem enfim receber melhorias neste ano. Na semana passada, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) deu início à reforma de três dos quatro pavilhões de salas de aula.

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Os espaços estão interditados desde 2018, depois que o forro de uma das salas caiu. Além da troca completa dos telhados e forros, e instalação de calhas, também será renovada a fiação elétrica dos ambientes e pintura dos espaços. Diretora da instituição, a professora Geovana Rosa Affeldt cita que os trabalhos também incluem a reforma do prédio administrativo e da quadra poliesportiva da instituição.

— Pedimos foco nos pavilhões de sala de aula neste primeiro momento. Quanto antes tivermos salas disponíveis, mais alunos poderemos receber — projeta Geovana.

Em fevereiro de 2020, a reportagem visitou a Tuiuti. Com capacidade para 1,5 mil alunos, a escola iria receber cerca de 800 estudantes. Seriam usadas apenas as quatro salas de aula do único pavilhão não interditado e o salão de festas do colégio. Mas a pandemia mudou totalmente o cenário. Com o ensino remoto, a escola ficou vazia e as reformas não foram mais assunto — menos para a direção, pais e comunidade. 

Semanalmente, a diretora Geovana ligava ou fazia visitas à Seduc para saber do andamento dos editais de reforma da Tuiuti. Ela conta que durante o ano passado um edital chegou a ir para os trâmites finais. Porém, foi anulado, em razão de pedidos da empresa vencedora do certame para recalcular preços de materiais que seriam usados no trabalho. Uma nova concorrência foi lançada e concluída no final de 2021, com os trabalhos sendo iniciados em 31 de janeiro.

— Foi um presente há muito esperado pela nossa comunidade escolar. A Tuiuti é uma escola com mais de 80 anos, muito conhecida e querida por todos aqui da região — pontua Geovana.

Presencial

A diretora projeta que os primeiros meses devem seguir o modelo do ano passado, quando as atividades presenciais retornaram. Alunos sem acesso à internet ou com dificuldade de realizar as atividades em casa, poderão ter aula nos espaços da instituição. Mas, conforme forem sendo liberados os pavilhões, Geovana garante que a ideia é trazer mais estudantes para o ambiente físico da Tuiuti. 

— Com o espaço que temos disponível hoje, seria possível usar quatro salas de aula e o salão. Seriam cerca de 300 alunos. Com mais salas, esse número vai sendo ampliado — pontua a diretora.

Apesar da capacidade para 1,5 mil alunos, a Tuiuti tem hoje em torno de 700 estudantes, conforme a direção. Isso porque, em razão das interdições, a instituição está impossibilitada de abrir novas vagas. Nem as vagas de alunos que saíam do 9º ano para o Ensino Médio estavam sendo repostas, mas esta liberação foi conquistada pela escola junto à Seduc. 

— Essa redução prejudicou a região, com muitos pais e responsáveis tendo que levar os alunos para estudarem mais longe de casa — lamenta Geovana. 

Pelo calendário da rede estadual, a volta às aulas é em 21 de fevereiro. Até lá, a expectativa da direção é de que um dos três pavilhões interditados já esteja pronto para uso, mas isso ainda não é confirmado.

Histórico de problemas nas salas de aula

O drama da Tuiuti começou no final de 2018, como recorda a diretora Geovana, no comando da instituição desde 2015. O forro de uma sala de aula desabou e causou a interdição da sala. Logo, o prédio todo foi condenado. 

— Eu pedi uma reforma em 2016, em razão dos frequentes problemas elétricos. No final de 2018, teve essa questão do forro. Por sorte, deixamos de usar a sala um dia antes de o forro cair, pois ele já estava apresentando problemas. Graças a Deus nenhum aluno ficou ferido — recorda Geovana.

Logo depois da interdição do primeiro prédio, engenheiros do Estado vistoriaram a escola e determinaram que as aulas poderiam continuar somente se o forro fosse retirado de todos os espaços. Feito isso, o problema passou a ser suportar o calor intenso nos locais, além da falta de isolamento acústico. Nos dias de chuva, o excesso de goteiras gerou situações como estudantes tendo de abrir guarda-chuvas dentro das salas de aula.

A situação seguiu até 2019, quando pais ocuparam o local em razão da falta de obras no prédio interditado. Como resposta, o governo interditou todos os quatro locais com salas de aula em novembro. Com isso, o final daquele ano letivo teve aulas ministradas em locais como refeitório e a sala dos professores. Até os salões de um CTG e de uma igreja próxima foram cedidos para que as crianças pudessem estudar.

Seduc prevê conclusão em seis meses

Procurada pela reportagem, a Seduc informou que a obra na instituição foi orçada em R$ 750 mil. A pasta confirmou os trabalhos citados pela direção nos três prédios de salas de aula, no prédio administrativo e na quadra poliesportiva da Tuiuti. Segundo a pasta, os trabalhos tiveram início no dia 31 de janeiro e o prazo de término da obra é de 180 dias, ou seja, cerca de seis meses.

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