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Escolas organizadas e pais e filhos ansiosos: o primeiro dia da volta às aulas da Educação Infantil em Porto Alegre

Cerca de 30 mil estudantes de zero a cinco anos retomam atividades presenciais nesta quarta-feira 

09/02/2022 - 21h13min

Atualizada em: 09/02/2022 - 21h52min


Letícia Paludo
Letícia Paludo
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Retorno da Educação Infantil acontece nesta quarta-feira nas escolas municipais da Capital

Parte das escolas municipais de Porto Alegre voltou às aulas presenciais nesta quarta-feira (9). O retorno acontece para os quase 30 mil estudantes da Educação Infantil das 254 escolas da Capital – 42 unidades próprias do município e 213 comunitárias.

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A reportagem acompanhou este retorno em algumas instituições, como na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Dr. Walter Silber, no bairro Partenon, que tem cerca de 150 alunos entre dois e cinco anos. O clima entre as crianças era de alegria neste encontro com a escola, já que a maioria delas está conhecendo a instituição hoje. 

Muitas famílias acompanharam os filhos neste primeiro dia de adaptação. Daiane Dias da Silva é mãe da pequena Helena Dias, de quatro anos. Um pouco apreensiva, ela queria ver como seria o desenrolar do primeiro dia da filha na escola, na turma do Jardim A. 

– O meu coração está um pouco apertado, pois ela tem Síndrome de Down. Antes, ela ficava na creche com crianças um pouco mais novas. Agora, vai para uma turma com idade igual a dela. Vamos ver como vai ser. Mas ela é muito tranquila e está feliz – afirma Daiane. 

Para promover uma adaptação mais tranquila, a direção da Emei dividiu o retorno das aulas em grupos distintos: a manhã é dedicada, principalmente, aos alunos novos e a tarde, para quem já conhece a escola. 

– Fizemos essa escala para que os novos (alunos) possam conhecer a escola, curtir com as suas famílias. Estamos preparados, mas ansiosos, conversando bastante com as famílias sobre a pandemia, sobre conscientização nesse momento de cuidados. Os pais podem ficar o dia todo junto com eles e podem ficar também no pátio, onde as crianças podem vê-los e se sentirem  mais acolhidas – afirma a diretora Fabiana Machado.

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Daiane acompanhou a pequena Helena Dias, de quatro anos, no seu primeiro dia na Emei Dr. Walter Silber, no bairro Partenon

Decoração especial 

Com balões e mensagens de cuidados na pandemia, a Emei Municipários Tio Barnabé, no bairro Azenha, caprichou na decoração para reabrir as portas aos pequenos. A instituição tem seis turmas de turno integral, com alunos de idades entre zero e cinco anos, e desde fevereiro tem feito reuniões com os pais e responsáveis para organizar o retorno 100% presencial. 

– Dá pra ver que as crianças estão muito felizes. Os educadores estão fazendo atividades especiais para recepcionar quem já era aluno e também acolher quem está vindo pela primeira vez. Para todos os adultos da escola, professores, monitores, administrativo, o uso de máscara é obrigatório e todos estão vacinados. Já as crianças de berçário não podem usar máscara e as crianças maiores podem usar se conseguirem, mas fica a critério da família –afirma a diretora Marta Barbosa Castro .

Apreensivo, mas visivelmente animado, o casal Ícaro Aquino e Thaise Sant'anna estava acompanhando o primeiro dia da adaptação filho Pedro Sant'anna Aquino, de nove meses. As primeiras horas do menino na escola se dividiram entre o berçário e o colo dos pais. 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Aos nove meses, Pedro iniciou adaptação na creche

– Ele ficou um pouco agitado lá dentro, longe da mãe, pois ele é muito apegado. Hoje estamos começando com uma hora de adaptação e, ao longo da semana, vamos aumentando para duas, três horas. Como nós dois trabalhamos, é bom que ele se adapte presencialmente desde cedo. Por causa da pandemia, ele ainda não teve muito contato com outras crianças, mas agora vai conhecer mais gente – afirma o pai.

Protocolos

De acordo com a secretária da Educação de Porto Alegre, Janaína Audino, as escolas municipais seguirão o regramento de prevenção à covid-19 publicado na terça-feira pela Smed, mas que vai na mesma linha das orientações já divulgadas pelo Estado na semana passada. 

A principal alteração é com relação ao tempo de afastamento para casos confirmados de covid-19: antes, eram dez dias; agora, o período pode variar de sete a dez dias. Estudantes não vacinados terão que cumprir isolamento de dez dias e pelo menos 24h sem sintomas. Como a Educação Infantil contempla, em sua maioria, crianças com menos de cinco e, portanto, fora da faixa etária de vacinação para covid-19, a exigência se dá apenas para que os pequenos tenham a caderneta de vacinação atualizada contra outras doenças.

– A organização do retorno presencial foi construída junto com a Secretaria da Saúde, com a vigilância e tem toda uma equipe técnica que nos ajuda com orientações e protocolos. E as nossas escolas já vêm preparadas desde o ano passado, quando reabrimos. O início deste ano letivo é uma felicidade para todos nós. A educação infantil é uma etapa com uma expectativa muito grande, não só para as famílias, mas para as crianças. É o primeiro contato que elas têm com a escola, com seus professores e com o processo de ensino e aprendizagem. Então, nós acreditamos que esse retorno tá sendo muito tranquilo – afirma a secretária.

Todos os funcionários e professores das escolas devem usar máscaras, mas a proteção não é obrigatória para as crianças até os três anos. A salas de aula também estão organizadas de modo a não promover aglomerações, mesmo sendo difícil nesta etapa de ensino, e estão equipadas com álcool em gel, para higienização constante das mãos. 

A previsão é de que o Ensino Fundamental e Médio da rede municipal retorne no dia 21, assim como as escolas da rede estadual. Instituições privadas não seguem um calendário único.

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