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Moradores da Zona Leste redobram cuidados com avanço da dengue, em Porto Alegre

Bairros como Jardim Carvalho se destacaram pelas contaminações em boletim epidemiológico da prefeitura. Confira como se proteger contra a doença. 

30/04/2022 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Simone redobrou atenção com vasos de flores

O acúmulo de casos de dengue assusta em Porto Alegre. O boletim epidemiológico mais recente divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na terça-feira (26), mostra que neste ano já foram notificados 2.304 casos suspeitos de dengue entre moradores da Capital, dos quais 1.650 (71,6%) foram confirmados. No mesmo período do ano passado, somente 21 casos tinham sido confirmados. É um aumento astronômico de 7.757%.

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No mesmo boletim, a prefeitura aponta quais bairros mais estão infestados pelo mosquito Aedes aegypti e também os locais que mais registraram casos. E pontos da Zona Leste, como os bairros Jardim Carvalho e Bom Jesus, se destacam nesse acumulado de pessoas contaminadas. Na manhã de sexta-feira, a reportagem do Diário Gaúcho circulou pela região e conversou com moradores. 

Nas ruas, é possível notar que onde a comunidade pode agir por conta própria, a prevenção acontece. É o caso de uma gruta para Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Rua Uirapuru. Para evitar o acúmulo de água, a vizinhança colocou pedras no espaço de fronte à gruta. Normalmente, o local tinha água parada, que pode servir de espaço para proliferação de larvas.

Entretanto, a poucos metros da gruta para a santa do Perpétuo Socorro, a comunidade não tem muito o que fazer em relação a uma boca de lobo que virou ponto de água parada. No local, a reportagem presenciou centenas de larvas de mosquitos se proliferando na manhã de sexta-feira. A região da Zona Leste é cercada por bastante mata. Mesmo nos bairros, espaços arborizados estão presentes. E em alguns destes pontos onde a reportagem circulou, a presença de mosquitos chamava atenção. 

Cuidados

A dona de casa Simone Bueno da Silva, 48 anos, reforçou os cuidados. Os vasos de planta são furados e sem pratinhos, para evitar que a água fique parada. Os cães de estimação têm os potes de água constantemente lavados e com líquido renovado. Tudo para evitar qualquer chance de que o lar da família vire ponto de proliferação do Aedes aegypti.

— Temos que estar atentos. E também tenho visto equipes da prefeitura, até recebi um panfleto com dicas de prevenção à dengue — pontua Simone.

Além de Simone, outros moradores também comentaram a passagem de equipes da prefeitura pelas principais ruas do bairro. Na semana passada, teria sido aplicado inseticida em pontos do Jardim Carvalho, conforme os relatos. O policial militar aposentado Roberto Abreu, 62 anos, pontua a importância de que a presença dos agentes municipais seja frequente.

— Tenho visto no noticiário como aumentaram os casos. É importante essa presença de equipes para orientar os moradores — cita Roberto.

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Boca de lobo entupida virou ponto de proliferação de larvas

"Na nossa rotina há anos"

Em alguns outros pontos, a presença dos agentes é menos notada. A estudante de Direito Julia Paim, 26 anos, costuma vir ao local semanalmente para fazer trabalhos voluntários. Ela conta que tem ouvido diversos relatos na comunidade de casos de dengue. E pontua que a presença do poder público poderia ser mais frequente, principalmente, para combater focos de proliferação dos mosquitos. 

A professora aposentada Juçara Ricciardi, 73 anos, cita que não viu equipes na região onde mora nos últimos tempos. Mas, tem mantido cuidados:

— A dengue é algo que está na nossa rotina há anos, né? Então, já acostumei a deixar os pratinhos dos vasos de planta virados e sempre cuidar pontos onde pode ter água parada.

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