Rispidez com alunos
Professora investigada por maus-tratos e ameaças já havia sido demitida em 2018 por fatos semelhantes
Motivo para a demissão foi "falta de cordialidade" da profissional ao lidar com crianças
A professora investigada por maus-tratos, ameaças e injúria racial contra alunos, em Canoas, na Região Metropolitana, já havia sido demitida em 2018, pela administração da Escola Infantil Anjos e Marmanjos, em função de reclamações pela "falta de cordialidade" ao lidar com crianças.
À época, a Anjos e Marmanjos tinha contrato emergencial com a prefeitura para administrar outras cinco escolas no município. Em uma delas, a professora prestava serviços e foi alvo de queixas semelhantes às que são investigadas agora pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.
Segundo o advogado da instituição de ensino, Robervan Andreolla, pais de alunos se mobilizaram, à época, para que a profissional fosse recontratada, pois "gostavam dela". Desta forma, ao final do contrato emergencial com o Executivo, alguns dos professores que atuavam nas escolas que eram administradas pela Anjos e Marmanjos foram mantidos — e a educadora, cujo nome não é revelado pela instituição, foi uma das escolhidas, passando a atuar na unidade da Rua Boa Esperança, no bairro Rio Branco.
Foi neste local que vizinhos e o Grupo de Investigação da RBS (GDI) gravaram conversas da mulher que indicam rispidez ao lidar com alunos de uma turma de Jardim (veja no vídeo abaixo).
Quando o GDI mostrou as gravações à direção do local, na terça-feira (3), a primeira reação da diretora, Letícia Ferreira, e da coordenadora, Josiane Silva, foi negar que reconhecessem aquela voz como sendo de uma profissional da unidade. Mas, uma hora depois do encontro, a escola decidiu afastar a funcionária. Na terça-feira (10), a professora e a diretora foram demitidas.
Em 2019, denúncias de gritos de professoras a alunos também fizeram o Conselho Tutelar fiscalizar a Anjos e Marmanjos. Segundo a escola, nada foi comprovado.
O GDI apurou que, no começo deste ano, um aluno de quatro anos saiu da instituição porque a professora o teria chamado de "praga desgraçada". A criança relatou o tratamento à família, que fez contato com a Secretaria Municipal de Educação e conseguiu vaga para o menino em outra escola conveniada.
Mais uma vez, a profissional em questão era a mesma que foi demitida agora. Até terça-feira, a secretaria não havia localizado nenhum registro oficial do caso específico deste aluno, apesar de a família sustentar que conversou, à época, com o fiscal do contrato.