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Apesar de queda de 1,9% no mês, cesta básica está R$ 71 mais cara no ano, em Porto Alegre

Só no primeiro semestre, conjunto de alimentou saltou de R$ 683 para R$ 754, um salto superior aos 10%. É quase o dobro da inflação calculada até maio

07/07/2022 - 16h40min

Atualizada em: 07/07/2022 - 20h35min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Leite foi o produto com maior alta no mês: 14,66%

O consumidor de Porto Alegre terminou junho desembolsando mais R$ 71,29 para comprar os itens da cesta básica. Isso quando comparado ao valor que era pago no final de 2021. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e foram divulgados nesta quarta-feira (6). Em dezembro, o conjunto de 13 itens pesquisado pelo departamento custava R$ 682,90 na Capital. No levantamento com dados de junho, o valor chegou aos R$ 754,19. 

Ainda assim, a cesta básica reduziu de preço em 1,9% na comparação entre maio e junho. Este foi o segundo mês seguido com queda — no mês de maio, a redução foi de 1,55%. Entretanto, entre fevereiro e abril altas consecutivas jogaram os preços para o alto. Com isso, a cesta ainda acumula 10,44% de elevação só em 2022 — em 12 meses, a inflação é de 17,42%. 

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O acumulado dos primeiros seis meses do ano é quase o dobro da inflação calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até maio, que estava em 4,78% — os números de junho ainda não foram divulgados. 

Na pesquisa de junho, nove dos 13 itens apresentaram redução de preço. As quedas mais significativas foram a do tomate (-8,05%), da batata (-4,98%) e da banana (-4,48%). A economista-chefe do Dieese/RS, Daniela Sandi, confirma que a queda no conjunto em Porto Alegre foi puxada pelos chamados produtos in natura, mas também por outros fatores.

— A redução dos preços da carne e do óleo de soja, que apesar das exportações e preços em alta no mercado internacional, caíram de preço no mercado interno. Isso ocorreu, provavelmente, pela demanda doméstica enfraquecida — acrescenta Daniela.

Café com leite

Segundo a economista, o óleo de soja teve a primeira queda após 12 meses seguidos de alta. Um sinal positivo. Mas, no lado das altas, os valores assustam. Dois itens que são parte da rotina dos brasileiros acumulam uma inflação de dois dígitos. O café subiu mais 2,84% e tem inflação de 73,31% nos últimos 12 meses. Mas o grande susto vem do leite. O produto foi o que mais subiu de preço entre maio e junho, conforme a pesquisa do Dieese: 14,66%. E só no primeiro semestre do ano, o produto já ficou 50,28% mais caro — o índice é superior ao acumulado de 12 meses para o mesmo produto, que está em 44,55%.

—  O tradicional café com leite segue subindo. Leite com maior alta no mês e o café acumulando alta de 73% em um ano. Isso é seis vezes mais que a inflação do período. No caso do leite, são 3,7 vezes a inflação — diz Daniela. 

Além do leite e do café, os outros dois produtos que apresentaram aumento de preço entre maio e junho foram a manteiga e a farinha. A manteiga já acumula inflação de 8,73% neste ano, enquanto a farinha ficou 29,72% mais cara no mesmo período. 

Terceira mais cara do país

A cesta básica de Porto Alegre se manteve como a terceira mais cara entre as 17 capitais pesquisas no país pelo levantamento do Dieese, em junho. O valor do conjunto de itens da Capital fica atrás de São Paulo (R$ 777,01) e Florianópolis (R$ 760,41). A pesquisa do Dieese também aponta quanto do salário mínimo o trabalhador compromete só com os itens considerados básicos para manter uma família no Brasil. Esse índice ficou em  62,27% do salário mínimo em junho. O estudo ainda aponta qual seria o salário necessário para subsistência de uma família brasileira. Nesta pesquisa, o valor ficou em e R$ 6.527,67, mais de cinco vezes o mínimo atual, de R$ 1.212.


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