Cesta básica
Batata acumula alta de 62,5% no ano na cesta básica de Porto Alegre
Na Capital, o levantamento mensal do Dieese apontou que leite e farinha também têm as maiores altas acumuladas no ano
Em Porto Alegre, a batata inglesa já soma 62,5% de elevação no preço só em 2022. Os dados são do levantamento da cesta básica, feito mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa com informações de maio foi divulgada no dia 6.
Outros alimentos também assustam no acumulado dos primeiros cinco meses do ano. O leite, por exemplo, tem 31,05% de alta desde janeiro. A farinha aparece no terceiro lugar entre as maiores altas, com 26,88%. No acumulado do ano, nenhum produto tem variação negativa. O menor índice é o do açúcar, com inflação de 0,67%.
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Olhando para os dados mensais, na comparação entre abril e maio, cinco dos 13 produtos apresentaram baixa no valor. A maior queda é do tomate, que caiu 19,96% entre um mês e outro. Os outros quatro itens com redução mensal nos valores tiveram variação inferior a 1%. São eles: carne, feijão, arroz e açúcar.
Apesar de redução discreta, com a queda mais significativa do tomate, a cesta como um todo reduziu de preço em maio. A queda foi de 1,55% na comparação com abril. O número é pequeno, mas ao menos é um sinal de estabilidade no conjunto, que soma alta de 12,57% só neste ano. E de 20,69% em 12 meses.
Entre os outros oito produtos que apresentaram elevação de preço na comparação mensal da cesta básica de Porto Alegre, o destaque também foi da batata, que ficou 8,51% mais cara entre abril e maio. Depois, ainda acima dos 5% de elevação no mês, aparecem a farinha de trigo e a banana. Os demais itens que apresentaram alta no valor, tiveram essa variação inferior aos 4%. Com isso, a cesta básica da Capital fechou o mês de maio custando R$ 768,76.
Disponibilidade
Conforme o relatório do Dieese, a alta da farinha de trigo também puxou o pão francês (alta de 1,05% no mês e acumulado de 15,88% no ano). Segundo a análise do órgão, "a baixa disponibilidade interna do grão, com a menor produção de trigo na Argentina e na Ucrânia, além da preocupação com a menor oferta mundial resultaram em aumento dos preços, com repasse para a farinha e o pão francês".
Outro item que se destacou pela alta, o leite está sendo afetado pelo "crescimento da exportação, a queda nas importações e a entressafra", aponta o Dieese. Esses fatores reduziram a quantidade de leite disponível e influenciaram a valorização dos derivados lácteos, como o queijo mussarela e o leite UHT.
Daniela Sandi, economista do Dieese-RS, explica as razões para a alta significativa da batata no acumulado deste ano. Conforme a especialista, os produtores do tubérculo "têm enfrentado problemas nas colheitas". Além disso, a alta nos custos de produção (combustíveis, transporte, fertilizantes) também afetam o preço do alimento, explica Daniela.
Terceira mais cara do país
Com o valor de maio em R$ 768,76, Porto Alegre ficou com a terceira cesta básica mais cara do país, atrás de São Paulo (R$ 777,93) e Florianópolis (R$ 772,07). O valor representa 68,57% do salário mínimo atual, de R$ 1212,00. O levantamento mensal do Dieese costuma apresentar também qual seria o chamado "salário mínimo necessário" para uma família brasileira. Em maio, o valor chegou aos R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o mínimo em vigor.