O dia começa para eles antes mesmo de o céu clarear, o sol aparecer e os galos cantarem. Os jornaleiros do Diário Gaúcho e de Zero Hora já estão acordados e prontos para mais um dia de trabalho um pouco antes das 4h. Às 6h, já têm as principais notícias em mãos, as espalhando, juntamente com sorrisos e cumprimentos, pela Capital e cidades da Região Metropolitana.

São os jornaleiros que surpreendem com uma manchete inesperada, com as notícias boas e ruins, quem circula pela cidade. Esses profissionais despertam a curiosidade dos pedestres, motoristas e viajantes que cruzam por eles, mesmo em meio ao cotidiano atarefado, e os fazem tirar um instante para ler sobre o mundo.

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Os jornaleiros levam a informação para onde a mídia digital não tem vez, seja por falta de acesso ou porque os leitores preferem o papel. Assim como o serviço que representam, o jornalismo, eles não param até levarem a notícia ao máximo de pessoas possível. É pelas mãos desses trabalhadores que milhares de leitores do Diário Gaúcho e de Zero Hora recebem as notícias. Faça chuva ou sol forte, de segunda a sábado, enfrentando a insegurança das ruas, eles estão a postos, compartilhando informação.

Neste Dia do Jornaleiro, 30 de setembro, o Diário Gaúcho agradece e felicita esses profissionais guerreiros. Nesta matéria especial, eles contam histórias relacionadas à profissão e celebram a data com os colegas.

Claudiomiro celebra o colega Luiz Sidney

Claudiomiro Ferreira Machado, 53 anos, morador de Viamão, atua há 25 anos como jornaleiro. Ele, que trabalha entre as Avenidas Sertório e Farrapos, na zona norte de Porto Alegre, relembra episódios como o 11 de Setembro e a tragédia da Boate Kiss, que o marcaram durante a atuação profissional. “Chorei durante esses dois dias trabalhando, não tem como esquecer”, relata. Outro momento emocionante, conta Claudiomiro, deve ao amigo e colega de profissão Luiz Sidney Lopes Monteiro, 45 anos, morador de Alvorada e jornaleiro desde 2005. “Ele me confortou quando meu pai faleceu. Sou muito grato. Por isso, envio essa homenagem ao Dia do Jornaleiro para ele”, completa.

Regina recorda de colega inesquecível

Jubilando, Regina Silveira Cunha, 62 anos, trabalha há 10 anos como jornaleira. Nesta data especial, felicita um colega, já aposentado: Vainer Rodrigues Gomes, que dedicou mais de 40 anos à venda de jornais. “Ele foi muito bom para toda a equipe. Vainer ultrapassava a relação de colega. Era humano. Vainer fez muito por mim e pela minha família”, diz. “Em outra ocasião, tínhamos um colega haitiano, que um dia estava triste porque fez as contas e percebeu que precisaria trabalhar 10 anos para trazer toda a família do Haiti para cá. Vainer viu a situação e perguntou quanto custaria a passagem de avião, ao que o colega respondeu. Vainer então saiu no intervalo, foi no aeroporto e comprou a passagem. A alegria do nosso colega, eu nunca vou esquecer”, conta. 

Paulo Cesar conheceu o amor de sua vida trabalhando

Durante 15 anos trabalhando como jornaleiro, Paulo Cesar Barros Ribeiro, 51 anos, morador de Canoas, soma dezenas de histórias para contar de situações inesperadas que aconteceram durante a sua jornada. A mais especial marca a sua vida até hoje. “Conheci minha esposa há 14 anos, durante um feriado de Navegantes. Eu estava uniformizado e, mesmo assim, decidi conversar com ela. Foi paixão à primeira vista, e até hoje estamos juntos”, orgulha-se.

Fabiano saúda os colegas

Há 18 anos, Fabiano Mello da Silva, 37 anos, sai de Viamão todos os dias, bem cedinho, para pegar os jornais no quartel-general dos jornaleiros do DG e de ZH, em Porto Alegre, e vendê-los mais tarde no bairro Lomba do Pinheiro. “A gente é guerreiro, enfrentando frio, chuva e calor todos os dias. Parabéns para nós!”, diz para os companheiros de profissão.

Casal compartilha profissão

De Viamão, o casal de jornaleiros Telmo Luis Alves Carvalho, 52 anos, e Fabiana Flores da Rosa, 44 anos, envia um recado para os companheiros de equipe: “Agradeço por este dia a todos os colegas de trabalho, aqueles que correm junto e aqueles que já partiram”, diz Telmo, que atua há quatro anos como jornaleiro. “Parabéns a todos nós, e que continuemos progredindo”, acrescenta Fabiana, há seis anos na profissão.

Desiree agradece à solidariedade de leitor

Não são apenas dias bons que fazem parte do trabalho de uma jornaleira. Desiree Santos, 38 anos, moradora de Porto Alegre, relata que já foi assaltada duas vezes durante a labuta. Na primeira, levaram a sua bolsa, com todos os  bens e alguns jornais, coisas que ela não conseguiu recuperar. Cerca de um mês depois, sofreu novamente com a violência das ruas. Dessa vez, porém, um leitor anônimo do DG encontrou os seus pertences, percebeu que a dona era uma jornaleira e ligou para a redação para entregar os achados. “Gostaria de homenagear essa pessoa de bom coração pela solidariedade, que me ajudou durante esse desafio”, agradece. 

O que André Luis e Charles adoram na profissão

Os jornaleiros e amigos André Luis da Silveira Guterres, 51 anos, e Charles Abraão Souza Martins, 45 anos, contam que o que mais gostam na profissão é de falar com o público e estabelecer conexões com os leitores. “Um abraço a todos os jornaleiros e um obrigado por sua dedicação”, diz André.

Arivan gosta de conversar com os leitores

Assim como André e Charles, o que o jornaleiro Arivan Santos de Almeida, 45 anos, mais aprecia na profissão é o bate-papo. “Gosto muito de conversar com as pessoas, comentar sobre o dia e as notícias”, resume. Ele é natural de Santa Maria e, atualmente, mora em Porto Alegre.

Time de venda avulsa de jornais manda um “salve” para os profissionais

Marcio Souza, 56 anos, que atua há um ano e meio como supervisor de venda avulsa do jornal, e Sandra Petter, 57 anos, que trabalha há 11 anos na operação de jornaleiros, agradecem o empenho e prestam uma homenagem aos profissionais de DG e ZH. “Eles são a cara da empresa na rua. Eu admiro todos os jornaleiros. São fortes, batalhadores, e eu adoro trabalhar com eles”, diz Sandra. “Tenho orgulho dos meus colegas, que trabalham na chuva, no sol, no frio, levando o produto da empresa para a cidade. Apesar das dificuldades que enfrentam, são essa imagem positiva nas ruas”, acrescenta Marcio. Posam na foto, da (E) para (D), o jornaleiro Charles Abraão de Souza Martins, Marcio, Sandra e o jornaleiro Rogério Ferreira Machado. 

Jornaleiro premiado

Há 13 anos na profissão, Paulo Sérgio Leal Pedroso, 52 anos, comenta sobre um momento único. “Em 2015, recebi um prêmio por ser o jornaleiro destaque de DG e ZH. Era um quadro lindo”, orgulha-se. Ele é de Viamão.

Idas e vindas na profissão

Roberto Dias da Silveira, 55 anos, morador de Cachoeirinha, trabalhou 18 anos como jornaleiro, deu uma pausa e voltou. Ao todo, são 22 anos dedicados à profissão. Dessas mais de duas décadas de vivência, ele recorda um momento ilustre: a festa dos jornaleiros nos 50 anos da RBS. “Foi na Fiergs, e celebramos como uma família”, conta. Assim como Roberto, Richard Barbosa de Oliveira, 37 anos, de Gravataí, já trabalhou como jornaleiro e fez uma pausa. De volta à profissão há três meses, ele é grato pelos colegas. “Agradeço pelo apoio de todos”, diz. Ao seu lado, Anderson Luis da Silva, 38 anos, morador de Porto Alegre, aproveita a data para saudar todos os jornaleiros e os leitores. “Parabéns para todos, e continuem comprando o jornal de nós”, brinca ele.

Homenagem de Janaina

De Porto Alegre, Janaina Natel Monteiro, 46 anos, envia uma mensagem de carinho para os companheiros de trabalho: “Nesse Dia dos Jornaleiros, quero homenagear os meus colegas. Eles são maravilhosos!”, afirma. Ela trabalha há 23 anos na área. 

Rógerio: 27 anos levando informação

Rogério Ferreira Machado, 54 anos, percorre todos os dias uma longa estrada, de Viamão até o prédio de Zero Hora, na Capital, para trabalhar. Ele, que está há 27 anos levando informação às pessoas, celebra a profissão nesse dia especial. “Parabéns para todos os colegas”, diz.

Festa em família

As irmãs Maria Eli Alves Gomes, 41 anos, e Delcia Alves Gomes, 44 anos, festejam juntas este Dia do Jornaleiro. As duas atuam há mais de duas décadas na profissão e aproveitam a data para agradecer a todos os que as acompanham “nessa batalha diária”. A dupla é de Porto Alegre.

Ofício passado de mãe para filha

Vivian dos Santos Castro, de Porto Alegre, cresceu vendo sua mãe vendendo jornal pela cidade. O ofício foi passado de geração em geração. Hoje com 41 anos, Vivian também é jornaleira e conta gostar muito da profissão.

Edmilson: orgulho e gratidão

“Sou muito grato e muito orgulhoso do meu trabalho”, resume Edmilson Caetano, 57 anos, sobre a profissão a qual já dedicou 20 anos da sua vida. 

Homenagem aos colegas de profissão

Tiago Batista, 31 anos, é jornaleiro do DG e de ZH há quatro meses. Apesar do pouco tempo de convivência com os colegas, ele já sente a conexão com o time. “Parabéns para a minha equipe por esse dia”, diz.

Produção: Júlia Ozorio