O Museu da Cultura Hip Hop, localizado na zona norte de Porto Alegre, inaugurou no dia 7 a Estufa Agroecológica Flor do Gueto. Com foco na plantação de orgânicos como alface, rúcula, repolho, beterraba, tempero verde, pimenta e morango, a estrutura de 170 metros quadrados conta com 21 calhas, com capacidade produtiva estimada em mais de 1,7 mil mudas por plantio.

O projeto irá compor o roteiro de visitação e ação educativa continuada do Museu. A iniciativa tem como objetivo promover oficinas de educação ambiental e de hip hop, distribuindo, também, mudas e brindes aos visitantes. Além disso, serão atreladas às cestas básicas do projeto de alimentação já existente na Casa de Cultura de Hip Hop, em Esteio.

LEIA MAIS:
Projeto pede doações de alimentos na Capital
Espaço com biblioteca, hortas e auditório é inaugurado no Parque Germânia

O rapper, militante do hip hop e do movimento negro no Estado, Rafa Rafuagi, responsável pela criação do Museu, explica:

- Também iremos vender as hortaliças para escolas, feiras e pequenos mercados, por exemplo, pensando em colaborar com a sustentabilidade do projeto do Museu como um todo.

Ele completa dizendo:

- Acredito que a importância da Estufa é expor a preocupação que a cultura hip hop tem com o planeta, pensando em uma vida mais saudável, sustentável e digna para todos.

Homenagem

O espaço recebe o nome de Flor do Gueto em homenagem à rapper gaúcha Malu Viana, ativista do movimento negro. O apelido carinhoso foi dado à artista pelo cantor Mano Brown, dos Racionais Mc's, ainda na década de 1990.

Ela faleceu em junho do ano passado, aos 46 anos, vítima de um infarto fulminante. Malu militava em diversos projetos sociais, culturais e educacionais. 

Museu será inaugurado no próximo ano

O espaço que está sendo construído na escola desativada Dr. Oswaldo Aranha, na Vila Ipiranga, será o primeiro Museu do Hip Hop do país. Elaborado pela Associação da Cultura Hip Hop de Esteio, sob a administração de Rafa Rafuagi, deve ser inaugurado oficialmente apenas em agosto de 2023. 

- Queremos que o projeto seja um incentivador para outros Estados, e termos, um dia, quem sabe, um museu nacional - comenta Rafa.

LEIA MAIS:
Praça da Alfândega começa a receber estruturas da 68ª Feira do Livro de Porto Alegre
Prefeitura inicia limpeza de pichações no Largo dos Açorianos
Super-heróis alpinistas descem a fachada do Hospital de Clínicas e fazem a festa das crianças

O local visa a preservação da história, do patrimônio e da memória do hip hop no Rio Grande do Sul. De acordo com o organizador, além da estufa e da parte expositiva, o Museu contará com quadra de breaking, pátio de eventos, multipalco, memorial dedicado aos artistas do hip hop gaúcho, uma trilha digital e um espaço de oficinas:

- A ideia é que cada entidade do hip hop possa gerir cada uma dessas frentes, para que assim, juntamente com a Associação da Cultura do Hip Hop de Esteio, tenhamos, cada vez mais, ideias e participação popular na construção coletiva desse espaço. 

O museu irá funcionar de segunda a sexta e em eventos nos fins de semana. A expectativa da equipe responsável pelo projeto é receber 30 mil visitantes por ano, sendo eles de diversas regiões do RS, de outros Estados e até mesmo do Exterior.

Produção: Leonardo Bender