Patrimônio da Capital
Prédio histórico do Pão dos Pobres entra em etapa final de restauração para retomar visual do passado
Edificação tombada em Porto Alegre passa por importantes intervenções estruturais e arquitetônicas desde 2017
Uma das edificações integrantes do patrimônio histórico e cultural de Porto Alegre está prestes a ganhar um visual renovado, ainda que com base no seu passado. O Colégio La Salle Pão dos Pobres passa por obras de restauração, em um projeto que está sendo executado desde 2017 e, em breve, terá sua fachada recuperada sob as formas e as cores que compuseram sua imagem antigamente. O prédio foi projetado pelo artista plástico e arquiteto Joseph Franz Lutzenberger, pai do ambientalista José Lutzenberger, e entregue à comunidade em 1929, quatro anos após o início da construção.
Parte dos elementos decorativos do edifício já teve seu restauro realizado. Uma das peças mais expressivas é o grupo escultórico instalado no alto da fachada, no qual uma imagem de Santo Antônio se destaca, com o pão e o olhar estendidos às crianças que o cercam e recorrem a sua proteção.
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Para tanto, equipes formadas por artistas, restauradores e construtores foram capacitadas e permanecerão envolvidas com a execução dos trabalhos, cuja conclusão está prevista para o ano que vem.
Antes de culminar com a etapa de embelezamento, o monumento arquitetônico passou por importantes intervenções. Recebeu reforços estruturais em suas fundações. Ganhou uma subcobertura metálica no telhado para assegurar a integridade da cobertura. Teve melhorias em instalações funcionais e dormitórios.
— Nas próximas semanas, vai começar a pintura externa do prédio, para a qual estamos buscando restabelecer uma proposta de cor mais aproximada do tom original aplicado na época de sua construção — explica o arquiteto Lucas Volpatto, responsável pela restauração.
Ele conta que a fachada tinha uma coloração predominantemente amarela e destaca que, após o tombamento, em 2004, a edificação foi inserida em uma iniciativa de recuperação do visual que também resultou em uma pintura, porém prevalentemente rosada.
Conforme Volpatto, entre março e abril próximos, os moradores e as pessoas que visitarem a Capital, passando pela confluência da Rua da República com a Avenida Praia de Belas, ou mesmo que observarem pela Avenida Borges de Medeiros, do alto do viaduto do Largo dos Açorianos, terão contato com a imagem recuperada do prédio.
História centenária
Diariamente, o Pão dos Pobres atende cerca de 1,4 mil crianças e adolescentes em seus projetos. São seis unidades de acolhimento institucional, que abrigam cerca de 20 crianças e adolescentes, com idades entre zero e 18 anos incompletos, cada. Enquanto estão sob os cuidados da instituição, frequentam a escola, são atendidos por serviços de apoio socioeducativo, recebem atendimento de saúde, praticam atividades esportivas, de recreação e lazer.
Embora a Fundação Pão dos Pobres de Santo Antônio tenha começado a figurar efetivamente com tal nomenclatura em 1928, as ações de amparo social já ocorriam desde os últimos anos do século 19. A instituição passaria a se dedicar também à educação a partir de 1910. Celebrou seu centenário de existência em 1995.
A longa trajetória de relação com a comunidade de Porto Alegre e arredores acrescenta um importante capítulo a partir do início dos anos 2000, quando agrega os cursos de aprendizagem profissional aos serviços prestados. Atualmente, são 13 cursos disponibilizados de forma gratuita. A instituição realiza parcerias e recebe apoio de empresas e cidadãos. Mais informações podem ser obtidas neste site.