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São Leopoldo

Projeto oferece curso de português para migrantes

Aulas são voltadas ao uso do idioma em situações cotidianas

25/10/2022 - 05h00min

Atualizada em: 25/10/2022 - 11h51min


Turma conta com 10 alunos. Na foto, o haitiano Jean Jovenel Desir

Em São Leopoldo, o projeto de Português como Língua de Acolhimento (PLAc) atende migrantes de diferentes países, por meio de aulas voltadas às práticas sociais, com foco no uso do português em situações cotidianas. Já na sua quarta edição, que começou em setembro e vai até dia 16 de dezembro, o projeto é composto, atualmente, por 10 alunos, entre 11 e 50 anos de idade, sendo nove haitianos e um dominicano. 

A iniciativa é desenvolvida pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos (Sedhu), com a parceira do Senac — São Leopoldo e da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), por meio do Tarin (Programa de Atenção Humanitária a Migrantes e Refugiados) e o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi). 

— É de suma importância o PLAc, pois essas pessoas escolheram nosso país, nosso Estado e nossa cidade em busca de uma vida mais digna e humanizada, tendo aqui o seu sustento e, muitas vezes, enviando valores para familiares que estão nos países de origem — diz Nadir Maria de Jesus, secretária de Direitos Humanos de São Leopoldo.

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Aprendizado

Da esquerda pra direita: Evenson Therezy e Jean Jovenel Desir

 No total, o projeto conta com uma carga horária de 44 horas. Atualmente, as aulas estão sendo ministradas por alunas bolsistas do curso de Letras da Unisinos: Ariadyne Domingues de Oliveira Molina, Fernanda da Silva Govêa e Clara Dick. 

— Ensinar um idioma é levar esperança, é possibilitar sonhos e alcance de metas em um outro país — comenta a professora Ariadyne.

Ela completa relatando a experiência que está adquirindo atuando no projeto:

 — Tem sido uma das melhores coisas que aconteceram em minha caminhada acadêmica e pessoal. A cada aula, novas demandas surgem dos alunos, o que me leva a aprender coisas novas para poder auxiliá-los e crescer profissionalmente. Acredito que o que tenho aprendido com as aulas de PLAc, dificilmente aprenderia em outro lugar.

Segundo Graziela Hoerbe Andrighett, coordenadora do projeto, o curso busca propiciar uma familiarização à língua portuguesa e aos aspectos culturais relacionados aos contextos brasileiros para os migrantes:

— O curso também representa espaço para planejamentos pedagógicos, desenvolvimento de materiais didáticos e outros fazeres relacionados à formação de graduandos de cursos de licenciatura, como é o caso de nossas bolsistas do curso de Letras. Para além destes objetivos, consideramos a sensibilização para o tema da migração e a valorização de repertórios linguísticos e culturais como pontos muito relevantes.

Mais de 300 atendidos

De acordo com levantamento do projeto, desde 2018, o curso já atendeu mais de 300 migrantes, sendo eles venezuelanos, haitianos, senegaleses e dominicanos.

As aulas são ofertadas todos os semestres, e ocorrem, normalmente, de março a julho e de agosto a dezembro. No próximo ano, não será diferente.

Cebien, 35 anos, aluno haitiano que participa da atual edição, considera que as aulas são de grande importância para ele:

— Me ajuda a melhorar a fala. Gosto muito das professoras e elas têm muita paciência. Isso é importante para nós, migrantes. Poder falar, se expressar, ler e compreender textos escritos é algo muito importante.

Damar, da República Dominicana, já indica o curso para amigos

O dominicano Damar Arias Vasques, 36 anos, conta que já está indicando o curso para amigos migrantes. Além disso, sente que o aprendizado está fazendo grande diferença em sua adaptação por aqui.

— Cada dia aprofundo mais o conhecimento em português, o que torna mais fácil minha adaptação no Brasil — comenta Damar.

Ao final do curso, é fornecido o certificado de realização para àqueles que obtiveram frequência e entrega das atividades e avaliações do curso. Além disso, de acordo com a coordenação do projeto, a certificação atende às demandas trazidas por muitos migrantes com relação à comprovação de curso de Língua Portuguesa para fins de processos de naturalizarem-se brasileiros.  

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Conheça o projeto:

/// Mais informações podem ser solicitadas diretamente com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Leopoldo (Sedhu) pelo telefone: (51) 2200-0265 ou (51) 2200-0266.

Produção: Leonardo Bender



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