Conflito fictício
Força Aérea Brasileira faz simulação de guerra no céu do RS
Jornalistas acompanharam formações a bordo de um C-105 Amazonas que decolou na base de Canoas
A Força Aérea Brasileira (FAB) realiza um treinamento de guerra no céu do Rio Grande do Sul, o chamado Exercício Conjunto Escudo-Tínia, que começou no dia 7 e se estende até 25 de novembro. As atividades aéreas e terrestres ocorrem nas bases aéreas de Canoas, na Região Metropolitana, de Santa Maria e de Santana da Boa Vista (nesta última cidade há apenas acampamentos), ambas na Região Central. Mais de 800 militares e 50 aeronaves de todo o país participam das atividades. Serão 1,5 mil horas de voo.
Nesta quinta-feira (10), a imprensa pôde acompanhar ações na Base Aérea de Canoas. Doze caças supersônicos F-5M decolaram para participar do conflito fictício em uma região dividida em duas partes, chamadas de Alfa e Bravo.
Desses 12 caças, quatro tentavam defender uma área situada em Encruzilhada do Sul, enquanto os oito restantes se juntavam a outros aviões vindos de Santa Maria para atacarem a zona de conflito, vindos na direção Norte-Sul.
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Na parte da tarde, os jornalistas acompanharam formações aéreas a bordo de um C-105 Amazonas. O voo, que contou com cerca de 30 pessoas, entre militares e civis, saiu logo após as 13h da Base Aérea de Canoas e se dirigiu para a região do conflito fictício. Lá, a rampa localizada na parte traseira foi baixada para os fotógrafos registrarem fotos dos aviões em formação atrás do Amazonas: F-5M, A-1M, E-99, KC-130 Hércules, KC-390 e A-29.
Cada fotógrafo, preso a coletes chamados de macaquinhos pelos militares, tinha direito de fotografar por quatro minutos. Os profissionais precisam ficar deitados durante o registro. A rampa ficou baixada por 20 minutos. Em seguida, foi levantada e o avião iniciou a viagem de retorno para Canoas. O voo ocorre a uma altura de 6 mil pés e a temperatura interna na aeronave oscila entre 18ºC e 30ºC, mas a sensação térmica é de frio.
O C-105 Amazonas é uma aeronave para transporte de tropa, logística e apoio médico, podendo levar vacinas e até órgãos para serem transplantados em pacientes na fila de espera. Cerca de 65 pessoas podem viajar sentadas no avião. A aeronave tem capacidade para conduzir até 42 paraquedistas quando está em missão militar, segundo a Força Aérea.
Atividade capacita para operações militares complexas
O comandante da Base Aérea de Canoas e do exercício, coronel-aviador Marcelo Zampier Bussmann explicou as ações realizadas na parte da manhã.
— Tivemos a decolagem de 12 aeronaves aqui (Canoas) e há outras decolando de Santa Maria. As primeiras quatro que decolaram, por volta das 8h30min, se posicionaram na área de Encruzilhada do Sul. Depois saíram as oito que entrariam neste país fictício com o auxílio de Santa Maria — relata.
Nas simulações, são praticadas ações como escolta, reconhecimento aéreo, controle e alarme em voo, ataque, varredura, reabastecimento em voo, posto de comunicação no ar, defesa aérea e antiaérea, além de transporte aéreo logístico.
— Esse exercício é de responsabilidade da Força Aérea Brasileira, porém temos militares da Marinha e do Exército Brasileiro trabalhando na parte de defesa antiaérea — destaca o oficial.
Conhecido pela sigla EXCON, o treinamento pretende capacitar os participantes em operações militares complexas e balizar a concepção do cenário. Além disso, promove adestramento técnico de unidades de defesa antiaérea da Marinha, do Exército e da própria Força Aérea.
Estão no céu esquadrões aéreos sediados em todas as regiões do Brasil e mais aeronaves de caça, reconhecimento, asas rotativas e transporte. Também participam diversas unidades militares.
Entre as aeronaves escaladas para o treinamento estão os caças F-5M, A-1M e A-29; a aeronave de controle aéreo avançado E-99; as de reconhecimento remotamente pilotadas RQ-450 e RQ-900; além dos aviões de apoio e transporte logístico C-95M Bandeirante, C-99, C-105 Amazonas, KC-130 Hércules, KC-390 e o helicóptero H-60L Black Hawk.