Notícias



Região Metropolitana

As possibilidades e os desafios para fazer a limpeza do lixo acumulado em trecho do Rio Gravataí

Estratégias debatidas pela prefeitura de Cachoeirinha incluem uso de retroescavadeira e de barreira física com boias

08/02/2023 - 22h07min


Roger Silva
Roger Silva
Enviar E-mail
Roger Silva / Agencia RBS
Vegetação impede que os resíduos descartados irregularmente ultrapassem ponto do rio

Entre uma ponte da freeway e as curvas que antecedem o viaduto de acesso a Cachoeirinha, a faixa de 70 metros de extensão com camada de cerca de 40 centímetros de lixo acumulado deve ter uma solução apontada pela prefeituras de quatro cidades da Região Metropolitana ainda nesta quarta-feira (8). Entre as alternativas estão a retirada do lixo com retroescavadeira ou com pequenos barcos a motor.

A ação mais imediata comunicada pela prefeitura de Cachoeirinha é a colocação de boias utilizadas para conter vazamentos de óleo e outros resíduos, impedindo que os detritos sigam navegando. Elas são apontadas como necessárias para impedir que chuva ou cheia do rio leve a camada de lixo por cima da vegetação que a detém (veja gráfico abaixo)

Este risco existe, já que o acúmulo só aconteceu naquele ponto em razão da estiagem, que baixou o nível de água. Devido a uma camada espessa de vegetação aquática que ficou na superfície, a ilha de lixo não se moveu dali nos últimos dias. No entanto, a elevação do nível poderia espalhar o material e levá-lo até o leito do Guaíba, na Capital. Assim, as boias, que serão emprestadas pela Petrobras, devem ser o primeiro passo para conter o problema.

Leia mais
Vistoria nesta quarta avaliará se é possível retirar lixo do Rio Gravataí com retroescavadeira
Estiagem faz Lagoa do Peixe secar pelo segundo ano consecutivo 
Gravataí decreta situação de emergência em razão da estiagem

Na análise feita pelas prefeituras de Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira, foi detectado que a profundidade no local varia entre dois e quatro metros. É cogitado o uso de uma retroescavadeira para retirar o conteúdo plástico do rio, mas há dificuldades que afastam o maquinário pesado do leito. As margens são íngremes e cheias de vegetação, o que complica o acesso do veículo e de caminhões para transportar as cargas retiradas da água.

Foi destacado, ainda, o nível de poluição das águas do Gravataí. A equipe que trabalhar na remoção dos dejetos precisará usar material de proteção individual para desempenhar as funções, neutralizando o risco de contaminação.

Iniciativa privada também estuda solução

Na noite de terça-feira (7), João Mateus Nunes, empresário do ramo de reciclagem com sede em Cachoeirinha, viu as imagens do lixo na televisão e se espantou. Imediatamente começou a pensar em como sua empresa poderia auxiliar a solucionar aquele problema. Ele foi até o ponto onde o lixo está acumulado e amparado pela vegetação nesta manhã de quarta para fazer as primeiras análises de possibilidade de ação no local. 

Segundo suas estimativas iniciais, seria necessário uma força tarefa de pelo menos 50 pessoas entre mergulhadores, motoristas, operadores de guindaste e barcos para remoção dos dejetos. Em um cálculo superficial, ele arrisca que aquele lixo encheria 300 caçambas de 13 metros cúbicos. 

— É um trabalho complexo, pois há várias questões envolvidas. Uma delas é a contaminação da água e dos materiais, pois pouquíssima coisa deve ser aproveitada para reciclagem — resumiu, cauteloso, João Mateus.

Até o momento da publicação desta matéria, a prefeitura de Cachoeirinha ainda não havia divulgado decisão sobre o método a ser utilizado para limpar o local. A comunicação confirma que há conversas em andamento com uma empresa privada que trabalha com reciclagem.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias