As manobras de Matheus Tesch, 10 anos, chamam atenção de frequentadores das pistas de skate em Porto Alegre. Morador da Restinga, o menino começou a dar seus primeiros "ollies" — movimento básico da prática — aos seis anos. Depois de vários elogios dos mais experientes, os pais do garoto decidiram apostar no talento do filho.

— Ele já tinha skate, mas quando vi que o pessoal começou a incentivar e dizer para a gente levar adiante, decidi comprar um novo para ele — conta o autônomo Raisson Tesch, 34 anos, pai de Matheus.

Em 2020, o garoto passou a treinar pertinho de casa, em uma pista inaugurada no bairro. Foi ali que conheceu o projeto Drop do Bem, do skatista Dinho Rejane, e passou a receber aulas gratuitas. Os aprendizados sempre foram acompanhados pelo pai, que também ajuda nos treinamentos e no incentivo.

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— A gente começou a participar de campeonatos e agora estamos correndo bastante com ele — comenta Raisson.

A primeira competição do skatista mirim foi em outubro de 2021, quando ganhou o primeiro lugar. No mês seguinte, participou da seletiva para o campeonato nacional Skate Street Amador e conseguiu uma das vagas para representar o Rio Grande do Sul. A disputa foi em Lauro de Freitas, na Bahia, fazendo com que amigos e parentes fizessem uma rifa para arcar com as despesas.

Em 2022, o menino também conquistou a classificação para a etapa nacional. E, apesar das competições, ele garante que se compromete com a escola e tira boas notas.

— Acordo cedo, presto bastante atenção na professora, espero meu pai me buscar e a gente vai treinar na pista perto de casa ou na Orla — explica o garoto.

Matheus conquistou seu título mais importante da carreira em novembro do ano passado, com o terceiro lugar na categoria mirim do Campeonato Gaúcho de Skate. A cada premiação, os pais ficam mais empolgados em ajudar o pequeno a persistir na vida de atleta.

— Ficamos muito felizes e orgulhosos de ver ele realizando o sonho, sem deixar a escola de lado, que é o nosso combinado. A gente vai sempre correr atrás de  tudo o que ele quiser — afirma a analista financeira Tatiana Zanotta, 32 anos, mãe de Matheus.

Atualmente, o skatista mirim busca apoiadores para conseguir para fazer manutenção constante do skate, comprar equipamentos e renovar o tênis adequado para a prática. Quem quiser ajudar e conhecer mais pode acessar o perfil no Instagram @matheusztesch.

Ouça a entrevista na íntegra