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Bicharada

Com ajuda do marido, voluntária cuida de mais de 20 animais na Restinga

A ex-faxineira, que resgatou o primeiro animal há cerca de 20 anos, hoje pede apoio com ração e produtos de limpeza para continuar o trabalho

06/02/2023 - 10h55min

Atualizada em: 06/02/2023 - 11h29min


Jefferson Botega / Agencia RBS
Sandra e o esposo, Paulo, resgatam os bichinhos

Na rua de casa, Sandra Regina dos Santos Oliveira, 61 anos, moradora do bairro Restinga, em Porto Alegre, viu sua vida mudar. Hoje cuidadora de 15 cães e 10 gatos, a ex-faxineira resgatou o primeiro animal há cerca de 20 anos, a pedido do filho Paulo Júnior Santos da Fonseca, 30 anos. Ele avistou um cachorro coberto de ferimentos e convenceu Sandra a levar o animal para casa, onde ficou sendo cuidado e amado por mais de 10 anos, até morrer de velhice.

O cãozinho Snoopy, como foi chamado pela família, foi o pontapé inicial para Sandra se engajar na causa animal. Contando apenas com a ajuda do marido, Paulo Oliveira da Fonseca, 67 anos, pedreiro aposentado, a voluntária já resgatou e cuidou de mais de 100 bichinhos.

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Vida baseada no amor aos bichinhos

Jefferson Botega / Agencia RBS
Dedicação é total e carinho é retribuído

Em uma casa simples, o casal adapta suas rotinas e espaços para garantir o conforto dos animais resgatados. Com a experiência de Paulo em obras, os voluntários reformaram o pátio, colocando canis e espaços de soltura e de banho para os animais. As manhãs também foram ajustadas, começando bem cedo, para darem conta das tarefas que envolvem os bichinhos.

Entre limpezas dos canis, alimentação, soltura, banhos e cuidados veterinários dos mais de 20 animais, Sandra conta que ainda deixa um espaço na agenda para eventuais urgências, como para o apoio de animais abandonados no bairro.

A ex-faxineira diz que, apesar de gostar de ajudar os animais, o trabalho não é fácil, e, em muitos momentos, é preciso abrir mão de confortos e desejos para garantir o bem-estar de todos os pets.

– Às vezes, deixamos de comer carne aqui em casa para conseguir comprar a ração deles. Também não consigo mais passear para longe ou ter férias, porque não tem como deixá-los sozinhos. Penso que a vida deles (dos animais) é muito curta para passarem sofrendo. Por isso, decidi ajudar como posso – confessa.

Leitora do DG deu ajuda que era urgente

Jefferson Botega / Agencia RBS
Casal exibe a pet, bem de saúde

Receber ajuda não é nada comum no cotidiano do casal. Pelo contrário. A dupla costuma socorrer quem precisa de apoio e ser sobrecarregada com a irresponsabilidade de tutores que abandonam e maltratam. Porém, em 2017, eles foram surpreendidos com um baita auxílio.

Na época, Sandra tinha uma lancheria na frente de casa e uma cliente fiel: uma cadelinha que ia com frequência pedir um aperitivo. Em certo momento, ela ficou três dias sem aparecer e, quando voltou, Sandra notou que o bichinho estava com uma fratura exposta, possível resultado de um atropelamento. 

A voluntária levou o animal à então Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda), mas foi informada de que eles não faziam esse tipo de cirurgia. Sem condições de pagar tratamento, Sandra recorreu ao DG, divulgando a situação. 

– Um ou dois dias depois da publicação, uma leitora anônima pagou todo o tratamento da Sapeca (nome que deu ao animal), incluindo a colocação de pinos. Achei que era mentira.

Hoje, “nem parece que (Sapeca) sofreu um acidente e precisou colocar pinos”, afirma Sandra.

Como ajudar

/// O casal aceita doações de ração, produtos de limpeza e remédios para pulgas e carrapatos. Mais informações sobre onde levar os itens podem ser obtidas com Sandra pelo telefone (51) 99595-8126.

/// Ajuda financeira pode ser enviada pelo Pix (chave CPF): 50857754068.

Produção: Júlia Ozorio



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