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Moradora de Sapucaia do Sul volta a pedir passarela em trecho da RS-118

Fabiane de Souza Fumagalli Perin reclama da falta de uma estrutura no quilômetro 2 para evitar que pessoas se arrisquem na travessia; pedido foi trazido em reportagem de 2021 do DG 

28/04/2023 - 16h31min


Fabiane de Souza Fumagalli Perin / Arquivo Pessoal
Trecho onde moradora quer ver estrutura

Em 2021, a comunidade do bairro Capão da Cruz, em Sapucaia do Sul, fez um abaixo-assinado pedindo a construção de uma passarela em um dos trechos da RS-118 que atravessa a cidade. A história foi contada pelo DG em dezembro daquele ano. E, agora, a moradora Fabiane de Souza Fumagalli Perin, 59 anos, volta a reclamar sobre a demora para que o pedido seja atendido. 

Ela ajudou a organizar o abaixo-assinado que reuniu cerca de 216 assinaturas. O documento, como conta, foi enviado na época à prefeitura e ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer-RS). O bairro fica entre os quilômetros 2 e 5 da RS-118.

A falta de passarelas preocupa Fabiane pela segurança, já que pedestres se arriscam, atravessando a via. 

— Tem coisas que dá para fazer a pé, que não precisamos depender de ônibus ou de carro. Mas aí você acaba tendo que desembolsar dinheiro para ir ao centro (da cidade), porque como vai atravessar ali? – questiona.

Risco

De acordo com a prefeitura de Sapucaia, entre janeiro de 2022 e março de 2023, foi nos quilômetros 3, 4, 5 e 7 da RS-118 que ocorreram mais atropelamentos no trecho da rodovia que corta a cidade: sete acidentes com mortes.

No trecho entre os quilômetros 2 e 3, no bairro Capão da Cruz, foram registrados cinco atropelamentos em 2022. Destes, quatro tiveram óbitos.

No caso do transporte público ou por carro, Fabiane pontua que o problema é o tempo de deslocamento para o outro lado da rodovia, que aumentou devido à distância dos retornos. Junto a isso, há também um perigo de fazer a travessia embaixo dos viadutos por conta da falta de sinalização.

– A passarela, para nós, é vital – diz.

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“Deslocada”

Fabiane de Souza Fumagalli Perin / Arquivo Pessoal
Uma das obras começou por volta de março, no quilômetro 2,5

Por volta de março, a moradora notou que começou a ser construída uma passarela na região. 

Mesmo assim, a estrutura, depois de pronta, pode acabar não resolvendo o problema no quilômetro 2, segundo Fabiane. Ela comenta sobre a passagem de estudantes de um lado para o outro da rodovia e a distância em relação às escolas:

– É deslocada (essa passarela), porque eles (alunos) não vão caminhar até onde está a passarela para depois voltar de novo. Eles vão continuar atravessando ali naquele trecho (do quilômetro 2).

Se fizerem o trajeto ideal, a distância e o tempo levado para chegar às escolas aumentará, pontua.

Mesmo antes da duplicação, a realidade não era muito distinta: as pessoas também se arriscavam na travessia. A diferença era que o tamanho do percurso era menor – hoje são quatro pistas centrais mais duas de acesso lateral, antes eram apenas duas –, assim como o movimento de veículos, esclarece Fabiane.

O que afirma o Daer

Na reportagem de 2021, o Daer havia informado que duas passarelas estavam previstas para serem construídas próximo ao trecho reivindicado: uma no quilômetro 2,1 e outra no 2,5. Hoje, essa informação se mantém a mesma.

À época, sobre a do 2,1, o Daer afirmou que a construção deveria iniciar em 2022. Quanto à do 2,5, a ordem de início das obras estava prevista para o primeiro semestre de 2022.

Em nova resposta, o Daer explica, sobre a passarela no quilômetro 2,1, que “a empresa Salver Construtora e Incorporadora foi contratada, via licitação, para implantação da estrutura. Os serviços serão iniciados após as desapropriações que precisam ocorrer no trecho. O contrato tem valor aproximado de R$ 4,9 milhões e as atividades possuem duração prevista de seis meses”.

Quanto ao quilômetro 2,5, as obras estão em andamento: “Orçada em R$ 4,6 milhões, a passarela de concreto armado possuirá 75 metros de extensão, rampas e travessias metálicas. Nessa etapa, está sendo efetuada a escavação e a concretagem dos blocos de fundação. Até o final de 2023, a obra, iniciada em março, deve estar concluída. Cabe ressaltar que foi necessário aguardar a desapropriação no trecho para que as atividades começassem”.

Trabalho conjunto

A reportagem questionou a prefeitura de Sapucaia sobre o que tem feito para garantir que sejam construídas as passarelas demandadas pela população.

Por nota, o órgão destacou que “tem se empenhado em adotar medidas para garantir a segurança da comunidade de Sapucaia do Sul, em especial dos moradores do Capão da Cruz, trabalhando de forma colaborativa com os órgãos responsáveis pela construção da passarela demandada”. Ainda segundo o município, a articulação entre Daer, Secretaria de Trânsito e outros órgãos tem sido “pauta constante” da prefeitura que, desde 2021, tem “trabalhado em conjunto para viabilizar a construção da passarela”.

Produção: Isadora Garcia



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